Apesar da crise, a expectativa é de crescimento no ramo de floriculturas
Por Verônica Almeida
Um mercado que movimenta essências, boas sensações e milhares de reais fechou bem o ano. Apesar da crise, a venda de flores cresceu no Brasil em torno de 9%, como avalia o Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor). Fechou 2017 com um faturamento de R$ 7,2 bilhões, acima dos R$ 6,6 bilhões de 2016. Há varejista reclamando do aumento também da concorrência, mas quem é do ramo há mais tempo tem certeza que para manter as vendas e não temer a ampla oferta o caminho é inovar.
“Estamos preparando novidades para 2018”, avisa, guardando segredo, a empreendedora Tita de Paula, que criou há seis anos, no Recife, a Dona Jardineira. De bicicleta, em padarias ou cafés e pela internet, ela apresenta seus arranjos. A bike florida é o principal símbolo do conceito de lojinha itinerante que a jornalista, com experiência em publicidade, carregou para seu negócio.
Mas ela não para de criar e diversificar o atendimento. Tem flores para presentear, ornamentar a casa e o casamento, criar buquês para noivas, arranjos de cabelo, entre outros artigos. A garota que aprendeu a gostar das plantas no jardim da vovó fez curso técnico de paisagismo e de designer industrial. Faz o atendimento sozinha, mas terceiriza algumas etapas do processo, dependendo da demanda e da agenda. O telefone com WhatsApp e o Instagram são os canais mais utilizados para chegar aos clientes online. E Tita ainda ministra oficinas para crianças.
No mercado mais formal, das floriculturas tradicionais, o uso de redes sociais e de sites tem sido uma regra quase indispensável. Avani Rego, sócia da Floresbella, que funciona há mais de dez anos nos Aflitos, no Recife, explica que mantém as vendas presenciais e o site, para comercialização online. Por um tempo a empresa fechou a loja presencial do varejo, mas acabou reabrindo rapidamente por exigência dos próprios consumidores.
No site da Floresbella, o consumidor não só vê a variedade, como se informa sobre o significado das flores e qual tipo é mais apropriado para determinada ocasião. As rosas vermelhas, entretanto, permanecem sendo as prediletas tanto dos mais maduros como dos mais jovens. Significam admiração, caridade, desejo e paixão. As brancas simbolizam amor a Deus, pureza, silêncio. Para o consumidor se sentir bem atendido, o site ainda ensina como conservar arranjos e buquês. No primeiro caso, “as flores não precisam ser colocadas em um vaso com água, pois os arranjos geralmente vêm com uma base chamada espuma floral, que retém água e mantém as flores sempre frescas”, orienta. Lembra que deve ser colocado num lugar fresco e arejado e adicionada água à espuma. No caso dos buquês, as flores devem ser removidas da embalagem e colocadas num vaso com água, com o caule uns cinco centímetros submerso.
Inovar também é a dica da Ibraflor. Segundo o instituto, a produção brasileira reflete o estágio de desenvolvimento do País, bem como a sua idade e o seu nível populacional. “Estamos entre os 15 maiores do mundo, mas vamos avançar neste ranking na medida em que o PIB e o consumo per capta aumentarem, assim teremos potencial para estarmos entre os dez maiores”, informa a entidade.
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