Segundo o IBGE, através da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), o volume de serviços pernambucano voltou a mostrar variação negativa em janeiro de 2019. O desempenho do indicador mês, mês atual em relação ao mês anterior, apresentou recuo de -0,9%, refletindo um cenário bem mais adverso do que o esperado pelos analistas de mercado no final de 2018. O mau desempenho do setor mantém o mês de janeiro no negativo, sendo este o menor desempenho para os meses de janeiro, desde 2016, que foi um ano de crise intensa.
Vale destacar que o primeiro mês do ano é um período de demanda desaquecida para os outros setores, Comércio e Indústria, o que impacta diretamente o volume dos serviços. No varejo, o período é marcado por ajustes com grande parte dos lojistas verificando as novas estratégias, analisando erros, acertos e enxugando a equipe que cresceu devido aos empregos temporários que o fim de ano incentiva, já a Indústria também tem seu período de menor produção aguardando a definição dos outros agentes, criando assim uma queda na elaboração de novos investimentos. Apesar disso, o resultado aponta que o setor de maneira geral ainda não mostra um movimento de recuperação consistente, apresentando assim movimentos que, nos últimos meses, alternam entre modestas variações positivas e negativas.
Os resultados negativos de janeiro para o Varejo e os Serviços lançam dúvidas sobre a velocidade do movimento de recuperação econômica projetada por grande parte do setor produtivo, que, atualmente, ainda é esperada com um viés bem positivo. É importante lembrar também que as reformas tão esperadas pela maioria dos analistas, em especial a da previdência que já foi apresentada pelo Governo, ainda não entraram em discussão no congresso, isto porque grande parte dos partidos solicitaram que seja enviada a reforma dos militares para que seja debatida em conjunto com as alterações nas regras da aposentadoria dos demais setores da sociedade.
Este cenário acaba adiando ainda mais o prazo para que os principais pontos sejam aprovados e que se inicie o momento de melhora nas contas públicas da economia brasileira. Lembrando que o setor é um dos mais importantes da economia brasileira e pernambucana no que diz respeito à contribuição para o PIB, criação de emprego, renda, arrecadação e investimentos.
No indicador mensal, mês atual em relação ao mesmo mês do ano anterior, houve um crescimento pelo segundo mês consecutivo. O que significa que, apesar do setor estar mostrando aquecimento menores nos últimos meses, o volume de serviços negociado ainda se mantém acima do mesmo período de 2018. A maioria dos tipos de serviços apresentaram um resultado superior ao do mesmo período do ano anterior, com destaque para “Outros serviços”, que cresceu 4,5%, tendo como contribuição principal o maior aquecimento do setor imobiliário no início do ano, já que este serviço engloba atividades como intermediação, gestão e administração de imóveis.
Outro bom desempenho neste tipo de comparativo pode ser visto nos “Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios” (3,8%), que também foi impactado positivamente por questões sazonais como uma maior demanda por transportes aéreos, por janeiro ser um mês de férias, além do terrestre devido às trocas de mercadorias realizadas no Natal. O volume dos “Serviços prestados às famílias”, desta vez puxados pelas atividades de alojamento, alimentação, recreação e lazer, continua positivo e não apresenta variação negativa há oito meses.
Outro ponto a ser destacado é o crescimento no volume dos “Serviços profissionais, administrativos e complementares”, em janeiro, o que significa uma maior demanda pelas atividades técnicas especializadas, que muitas vezes são contratadas pelo setor produtivo para elaboração do planejamento estratégico para 2019, em especial por iniciar um novo governo. As atividades turísticas mantém o bom momento dos últimos anos, acumulando em 12 meses alta de 4,1% no Estado, destacando-se como um dos principais destinos turísticos do país.
Na outra ponta, apenas o setor de serviços de informação apresentou queda, refletindo ainda um ambiente de investimentos em tecnologia em menor ritmo, por ser um serviço relativamente mais caro pela especialização e que geralmente é solicitado pelo setor empresarial quando se planeja expansão. A expectativa ainda é de uma recuperação ao decorrer de 2019, com o volume de serviços retornando ao cenário positivo mesmo que de maneira modesta. Em janeiro, o acumulado em 12 meses apresentou queda de -0,5%, que, mesmo negativa, é o resultado menos deteriorado dos últimos 5 anos.
Referência: Pesquisa Mensal do Comércio (PMC). Janeiro/2019.
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