O percentual de famílias com dívidas diminuiu em outubro de 2015 ante o mês anterior, mas apresentou alta na comparação com o mesmo período de 2014. O percentual de famílias com contas ou dívidas em atraso ficou estável entre setembro e outubro de 2015, após sete meses seguidos de alta. Já o percentual que relatou não ter condições de pagar suas contas em atraso diminuiu na comparação mensal. Na comparação anual houve alta em ambos os indicadores de inadimplência
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O percentual de famílias que relataram ter dívidas entre cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro alcançou 62,1% em outubro de 2015, o que representa uma queda em relação aos 63,5% observados em setembro de 2015, mas uma alta em relação aos 60,2% de outubro de 2014. Após sete meses consecutivos de alta, o percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso ficou estável na comparação mensal, em 23,1% do total. Houve alta do percentual de famílias inadimplentes em relação a outubro de 2014, quando esse indicador alcançava 17,8% do total.
O percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes também apresentou queda na comparação mensal, alcançando 8,5% em outubro de 2015, ante 8,6% em setembro de 2015 e 5,4% em outubro de 2014. A queda do número de famílias endividadas na comparação com o mês imediatamente anterior foi observada em ambas as faixas de renda. Na comparação anual, ambas as faixas apresentaram alta. Entre as famílias que ganham até dez salários mínimos, o percentual daquelas com dívidas foi de 63,8% em outubro de 2015, ante 65,1% em setembro de 2015 e 61,9% em outubro de 2014.
Para as famílias com renda acima de dez salários mínimos, o percentual das endividadas passou de 55,6%, em setembro de 2015, para 54,1% em outubro Síntese dos resultados (% em relação ao total de famílias) Total de endividados Dívidas ou contas em atraso Não terão condições de pagar Outubro de 2014 60,2% 17,8% 5,4% Setembro de 2015 63,5% 23,1% 8,6% Outubro de 2015 62,1% 23,1% 8,5% 2 de 2015. Em outubro de 2014 o percentual de famílias com dívidas nesse grupo de renda era de 52,4%. O índice de famílias com contas ou dívidas em atraso apresentou tendências distintas entre os grupos de renda pesquisados. Na comparação mensal, houve alta do indicador na faixa de maior renda. Na faixa de menor renda houve queda.
Na comparação anual observou-se aumento em ambas as faixas. No grupo de menor renda, o percentual de famílias com contas ou dívidas em atraso passou de 26,1%, em setembro de 2015, para 26,0% em outubro de 2015. Em outubro de 2014, 19,7% das famílias nessa faixa de renda haviam declarado ter contas em atraso. Já no grupo com renda superior a dez salários mínimos, o percentual de inadimplentes alcançou 10,9% em outubro de 2015, ante 10,2% em setembro de 2015 e 9,4% em outubro de 2014. A análise por faixa de renda do percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas em atraso também mostrou comportamento distinto entre os grupos pesquisados na comparação mensal.
Na faixa de maior renda o indicador alcançou 2,8% em outubro de 2015, ante 2,7% em setembro de 2015 e 2,5% em outubro de 2014. No grupo com renda até dez salários mínimos, o percentual de famílias sem condições de quitar seus débitos recuou de 10,2%, em setembro de 2015, para 10,1% em outubro de 2015. Em relação a outubro de 2014 houve acréscimo de quatro pontos percentuais.
O percentual de famílias com dívidas recuou em outubro de 2015, depois de ter alcançando o maior do ano em setembro. Entretanto, houve alta em relação ao mesmo período do ano anterior. Apesar da moderação observada nos indicadores de consumo, o aumento do custo do crédito, ao mesmo tempo em que há retração do emprego e da renda real dos consumidores, mantém o nível de endividamento das famílias em patamares superiores em relação ao ano anterior. Apesar do recuo no número de famílias endividadas, a proporção daquelas com contas ou dívidas em atraso ficou estável na comparação mensal, após sete meses de altas consecutivas. Contudo, houve elevação na comparação anual.
Também houve piora da percepção das famílias em relação ao seu endividamento e à sua capacidade de pagar seus débitos em atraso. As taxas de juros mais elevadas e o cenário menos favorável do mercado de trabalho exerceram impactos negativos nos indicadores de inadimplência e na percepção das famílias em relação às suas dívidas. 4 Sobre a Peic A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) é apurada mensalmente pela CNC a partir de janeiro de 2010. Os dados são coletados em todas as capitais dos Estados e no Distrito Federal com cerca de 18 mil consumidores. Das informações coletadas, são apurados importantes indicadores: percentual de consumidores endividados, percentual de consumidores com contas em atraso, percentual de consumidores que não terão condições de pagar suas dívidas, tempo de endividamento e nível de comprometimento da renda.
O aspecto mais importante da pesquisa é que, além de traçar um perfil do endividamento, permite o acompanhamento do nível de comprometimento do consumidor com dívidas e sua percepção em relação a sua capacidade de pagamento. Há muitos indicadores nacionais de crédito e inadimplência, que, entretanto, dizem pouco sobre o endividamento do consumidor e nada em relação a sua percepção da capacidade de pagamento.
Com o aumento da importância do crédito na economia brasileira, sobretudo o crédito ao consumidor, o acompanhamento desses indicadores é fundamental para se analisar a capacidade de endividamento e de consumo futuro deste, levando-se em conta o comprometimento de sua renda com dívidas e sua percepção em relação a sua capacidade de pagamento. Assim, a pesquisa representa também um importante indicador antecedente do consumo e do crédito.
Os principais indicadores da Peic são: Percentual de famílias endividadas – percentual de consumidores que declaram ter dívidas na família nas modalidades: cheque pré-datado, cartões de crédito, carnês de lojas, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguros;Percentual de famílias com contas ou dívidas em atraso – percentual de consumidores com contas ou dívidas em atraso na família; Percentual que não terá condições de pagar dívidas – percentual de famílias que não terão condições de pagar as contas ou dívidas em atraso no próximo mês e, portanto, permanecerão inadimplentes; Nível de endividamento – entre muito, mais ou menos ou pouco endividados; Principais tipos de dívida – entre cartão de crédito, cheque especial, cheque pré-datado, crédito consignado, crédito pessoal, carnês, financiamento de carro, financiamento de casa e outras dívidas; Tempo de atraso no pagamento – entre até 30 dias, de 30 a 90 dias e mais que 90 dias; e ?Tempo de comprometimento com dívidas – entre até três meses, de três a seis meses, de seis meses a um ano e maior que um ano.
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