Por Rafael Ramos, economista da Fecomércio-PE
O comércio varejista brasileiro registrou queda de 0,9% no mês de agosto em relação ao mês anterior e segue a trajetória de desaceleração iniciada no primeiro trimestre de 2015, sendo o sétimo mês consecutivo de resultado negativo. Mesmo com uma data especial, no caso o dia dos pais, a terceira data mais importante do calendário brasileiro em volume de vendas, o comércio não conseguiu se recuperar, na comparação anual a queda alcança 6,9%, maior queda do ano neste tipo de comparativo. O volume de vendas do setor acumula em 2015 queda de 3,0%, e em 12 meses o resultado negativo é de 1,5%. Situação ainda mais complicada vive o Varejo Ampliado, setor que agrega todos os índices do Varejo mais as atividades de “Veículos, motocicletas, partes e peças” e “Material de construção”, apresentando resultados negativos em todos os índices, mensal, agosto em relação a julho de 2015, com queda de 2,0%, anual, agosto de 2015 em relação a agosto de 2014, (-9,6%), acumulado no ano, janeiro a agosto de 2015, (-6,9%) e em 12 meses (-5,2%). A perda de confiança dos agentes, famílias e empresários, devido a atual conjuntura econômica e política fez causando sérios prejuízos ao setor de comércio, que hoje se encontra em um processo de desaquecimento com números cada vez menores de vendas e receita.
A desaceleração é clara quando verificamos o gráfico abaixo, que carrega os resultados dos acumulados em 12 meses mês a mês, existe assim uma curva descendente com os últimos quatro meses de resultados negativos, sendo agosto de 2015 (-1,5%), para o comércio brasileiro, o menor acúmulo desde fevereiro de 2004 quando o índice atingiu -2,4%. O resultado ainda vai piorar, já que o acumulado dos últimos 12 meses ainda carrega taxas de crescimento verificada em 2014.
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