Por Rafael Ramos, economista da Fecomércio-PE
A crise econômica deixou marcas profundas na economia brasileira, um fato que é conhecido por todos, fechou milhares de estabelecimentos e desempregou milhões de pessoas. Um período marcado por recordes negativos nos principais indicadores econômicos, como o fantasma da inflação retornando e corroendo o poder de compra da população, crédito encarecido para consumo e investimento e inadimplência chegando a níveis preocupantes.
Mas, é importante frisar que a crise não só deixou mazelas na economia, houve um fator importante que vai contribuir de maneira significativa para a restauração de um equilíbrio sustentável no longo prazo, e este fator é a educação financeira forçada em que os brasileiros que passaram pelo período foram submetidos. Empresários e consumidores foram obrigados a avaliar despesas e se adequar a um novo nível de renda. O desaquecimento econômico fez com que o consumo desenfreado das famílias perdesse vez para a compra consciente, já com os empresários mostrou que um gerenciamento mais técnico seria mais saudável para o negócio que uma condução pessoal.
Nas pesquisas de opinião realizadas da Fecomércio-PE, um novo perfil de consumidor surgiu, são aqueles que comemoram as festividades, porém, de forma mais barata, que caiba dentro do bolso e não comprometa o orçamento. As comemorações em casa cresceram e os valores dos presentes, quando comprados, caíram. O período pedia cautela e de fato as famílias que se viram endividadas e com desemprego alto, pisaram no freio do consumo e aguardaram um melhor momento para comprar. Pela melhora nos indicadores parece que o momento do retorno às compras chegou, as vendas vêm melhorando e mesmo assim o endividamento dos pernambucanos vem caindo, apontando uma população que compra mais à vista para evitar surpresas.
Mesmo com um consumidor mais educado financeiramente, é importante lembrar das dicas de sempre: controlar as finanças através de planilhas, totalizando receita e despesas totais, verificando assim de maneira mais fácil as despesas que podem ser reduzidas e cortadas. Se endividados fazer um plano para controlar as dívidas e utilizar renda extra, como o décimo terceiro salário, para abatimento. Tentar não parcelar as despesas de fim de ano para que a fatura do ano seguinte não comprometa o orçamento familiar. Tentar poupar parte da renda para o pagamento de impostos, compra de material escolar e pagamento de matrícula de escolas e faculdades nos primeiros meses do ano.
Se sobrar, e é importante que sobre, renda o pagamento das principais despesas um investimento em uma maior qualificação se faz necessário, por fim, consumir aquele item que lhe trará grande satisfação não é pecado, o trabalho lhe proporciona uma renda para que exista na sua vida momentos prazerosos, como a aquisição do que te traz felicidade.
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