Comportamento dos pernambucanos volta a surpreender e endividamento apresenta queda em fevereiro de 2020
O percentual de endividados voltou a mostrar melhora no segundo mês do ano, com taxa de 71,9%, ante 72,3% do mês anterior. É importante destacar que, nos últimos anos, os primeiros meses do calendário apresentou alta no número de endividados, visto que o período apresenta elevada restrição orçamentária, o que impossibilita compras à vista e faz com que parte das famílias volte a financiar o consumo através do crédito. A conjuntura em 2020 vem se mostrando diferente, o que pode ser influência da liberação dos recursos do FGTS, no segundo semestre do 2019, somada a uma melhora no mercado de trabalho.
Na outra ponta, cresceu o percentual de famílias que já se encontravam em situação de endividamento crítico, como aquelas que possuem contas em atraso e as que não têm mais condições de efetuar os pagamentos das dívidas, sinalizando que ainda existe no Estado parte da população com grandes dificuldades em relação ao orçamento familiar. Lembrando mais uma vez que a lista de compromissos, no início do semestre, é extensa e de fato tem o poder de comprometer o planejamento já no início do período, isto porque o primeiro bimestre traz para a mesa um fatura acima da média dos meses anteriores devido ao pagamento do consumo de bens e serviços no final do ano, início do pagamento de impostos, como IPVA, para os que possuem automóveis, e IPTU, para os que possuem imóveis, pagamento de matrícula escolar, faculdade ou cursos, além de pagamentos maiores para serviços que reajustam as tarifas já no primeiro mês do ano.
A taxa da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) pernambucano saiu de 72,3% para 71,9% entre janeiro e fevereiro, porém este é o maior valor para os meses de fevereiro desde 2015, quando a taxa atingiu 72,8%. Em números, o percentual de 71,9% equivale a 369,024 famílias endividadas, queda de 1.653 lares em um mês, já em relação ao mesmo período de 2019 houve uma alta de 6.505 famílias.
As famílias que possuem contas em atraso atingiram os 29,5%, manutenção em relação a janeiro e alta quando comparado a fevereiro do ano anterior, que registrou percentual de 28,2%. É importante lembrar que estas famílias já apresentavam maior dificuldade no pagamento de suas dívidas, com orçamento mais apertado, aumentando as dificuldades de honrar todos os pagamentos em um mês de maior restrição como o de fevereiro. Atualmente, no estado 151.088 famílias estão com alguma conta em atraso, acréscimo anual de 7.400 lares.
Já a parcela da população com situação mais crítica, que são aquelas pessoas que informam não ter mais condições de pagar suas dívidas, mostrou percentual de 14,0%, o que corresponde a 71.794 mil famílias inadimplentes. Este grupo apresentou alta significativa de famílias nesta situação, com acréscimo mensal e anual de 15.890 e 8.114 lares, respectivamente.
Quando se analisa o resultado por tipo de dívida, verifica-se que o tipo mais apontado ainda é o cartão de crédito, atingindo 92,8%, seguido do endividamento com carnês e cheque especial, que representam 18,9% e 9,9%, respectivamente. É importante destacar que o cheque-especial aumentou a sua representatividade no tipo de dívida, após as mudanças nas regras no início do ano, ou seja, parte das famílias voltou a usar a linha pela queda em seu custo. A maioria das famílias endividadas informa também que as dívidas comprometem entre 11% e 50% da renda, o que ainda é um ponto a ser melhorado.
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