A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), em Pernambuco, mostrou melhora. O percentual de endividados apresentou movimento inverso ao nacional, saindo de 68,0% em junho para 67,6% em julho de 2017. O valor também se mostra melhor que no mesmo período do ano anterior, quando o percentual de endividados era de 67,8%. Estima-se que existam 341.063 famílias com algum tipo de dívida atualmente, o que configura uma redução mensal e anual de 1.912 e 1.056, respectivamente. As parcelas mais preocupantes, como a parcela que se encontra com algum tipo de conta em atraso e os que não tem condições de pagar suas dívidas, mostraram variação positiva em relação ao mês anterior e ao mesmo período do ano anterior. O primeiro grupo saiu de 29,8% para 31,1%, o que em números equivale a um acréscimo de 6.842 famílias em apenas um mês. O comparativo anual é ainda mais preocupante, pois os dados apontam um acréscimo de 16.393 lares a mais com contas em atraso. Situação ainda mais crítica se encontra o segundo grupo, onde a renda já não dá mais condições de quitar os débitos. Segundo a pesquisa, são 96.126 famílias nesta situação, alta de 6.173 em relação a junho de 2017 e 19.768 mil famílias em relação ao julho de 2016.
Uma queda no endividamento do Estado, no mês de julho, já era esperado, pois o mês não possui nenhuma festa de grande apelo emotivo. Apesar de ser um mês de férias, julho de 2017 foi impactado negativamente pelos altos índices de chuvas em Pernambuco, o que acabou segurando parte do consumo potencial. Vale destacar que a melhora no cenário de alguns indicadores, como a inflação, geração de empregos formais, redução dos juros e crédito menos restrito, além da liberação do saldo das contas do FGTS inativo, vem recuperando o poder de compra da população e, como verificado na pesquisa, atingindo os lares que já estão com orçamento restrito, deteriorando assim a parcela de endividados mais crítica. O Instituto Fecomércio-PE, através da Pesquisa de Sondagem de Opinião do Dia dos Pais em 2017, aponta um crescimento na intenção de consumo da população, saindo de 70% para 72%, o que vai impactar o nível de endividamento de agosto, com probabilidade alta de piora da situação dos inadimplentes. Quando se analisa o tipo de dívida, verifica-se que o cartão de crédito continua sendo o tipo mais apontado pelos endividados, sendo apontado por 93,5% das famílias, em segundo e terceiro lugar, estão os carnês e as outras dívidas. A renda comprometida da maioria dos endividados se encontra entre 11% e 50%.
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