Palestra do ex-ministro Luiz Barretto trouxe mensagem otimista. O presidente da Fecomércio-PE, Bernardo Peixoto, o vice-presidente da Fecomércio-PE para assuntos de turismo, Eduardo Cavalcanti, e o secretário de Turismo do Estado, Rodrigo Novaes, participaram do debate
A Fecomércio-PE realizou, nesta quinta-feira (27/05), uma nova edição do Fórum de Debates 2021, que, desta vez, trouxe o ex-ministro do turismo Luiz Barretto com a palestra “Turismo – Destinos turísticos inteligentes, governança, tecnologia, sustentabilidade e experiência”.
Barretto, que é especialista em turismo e empreendedorismo, gestão empresarial e pequenos negócios, além de escritor e também colunista das rádios Bandeirantes AM e BandNews FM, começou situando sobre a relevância do turismo e como era o segmento antes da pandemia do novo coronavírus: representava ¼ dos empregos gerados no mundo. Em relação ao PIB global, até o final de 2019, mais de 10% deste indicador era ligado à atividade turística.
Até que veio a grande crise mundial causada pela covid-19. Em 2020, houve uma queda de 75% nas viagens e a queda brutal no faturamento. Barretto mostrou projeção da CNC, que dá conta de que o turismo no Brasil ainda pode encolher 9,7%, o que, segundo o especialista, pode mudar, de acordo com a cobertura vacinal no País. Sobre Pernambuco, demonstrou que o Estado sofreu uma queda de mais de 40% – um pouco menos do que a média no Brasil -, mas num desempenho melhor do que outros estados do Nordeste.
PERSPECTIVA DE MELHORA – “Daqui a alguns meses deveremos ter uma recuperação, ela já está iniciando. Até porque viajar é, segundo pesquisas, um dos maiores desejos do brasileiro no momento”, explicou. “Segundo levantamento, 44% dos brasileiros pretendem viajar nos próximos 12 meses. Ou seja, existe uma demanda reprimida, uma expectativa por uma retomada do turismo e, por isso, o segmento tem que se preparar porque, certamente, viveremos um segundo semestre muito melhor que o primeiro de 2021”, avisou.
TENDÊNCIAS – O ex-ministro também falou sobre tendências que se apresentam para o turismo no cenário de recuperação pós-pandemia: “O turista, nesse primeiro momento, vai querer realizar viagens regionais – já que a moeda estrangeira está muito cara e a necessidade de quarentena para entrar em outros países ainda existem. Ele também vai preferir atividades relacionadas à natureza. Ele está mais consciente sobre temas como consumo consciente, valorização de pequenos negócios, produtos locais e sustentabilidade, de modo que questões ambientais e sociais ganham um destaque fundamental daqui pra frente”, antevê.
Outro desejo do turista está relacionado à experiência: “Não basta apenas ver um local. O turista quer sentir, entender, vivenciar o lugar, sua cultura, diversidade, gastronomia e costumes. Proporcionar esta experiência inesquecível, além do tradicional, é uma das tarefas de todos os que trabalham no segmento”, avaliou.
REPUTAÇÃO ONLINE E CAPACITAÇÃO – O empresariado deve observar a questão da conectividade: “O turista vai querer resolver e saber tudo sobre o destino antes de chegar, de forma que é preciso estar preparado para que os serviços e produtos estejam muito bem representados nos ambientes online. Até porque a compra, muitas vezes, acontece no próprio smartphone. Mas as facilidades tecnológicas não bastam por si só: questões de acolhimento, acessibilidade, atendimento otimizado e respeito aos protocolos sanitários são imprescindíveis, principalmente neste primeiro momento em que, pela ordem de prioridade vacinal, os idosos serão os primeiros a voltar às viagens”, aconselhou. Luiz Barretto ainda listou os pilares do destino inteligente: governança, tecnologia, experiência, sustentabilidade e segurança sanitária.
DEBATE – Após a fala do ex-ministro, o presidente da Fecomércio-PE, Bernardo Peixoto, o vice-presidente da Fecomércio-PE para assuntos de turismo, Eduardo Cavalcanti, e o secretário de turismo do Estado, Rodrigo Novaes, se juntaram à conversa para um debate que rendeu constatações importantes.
O presidente da Federação reforçou a questão da requalificação, reinvenção e readaptação, que são as mais importantes para que o setor viva uma retomada. Para ele, é preciso se adaptar ao novo turista, às novas demandas. O que passa pela questão da mão de obra qualificada: sobre isso, o presidente Bernardo Peixoto lembrou as parcerias que o Sistema tem firmado para qualificar empresas e pessoas. “O Sistema Fecomércio já realizou parcerias com turmas com 100% de empregabilidade. E é isso que precisamos fazer: preparar funcionários, gestores, empresários, em questões diversas, justamente para elevar a qualidade dos serviços e produtos”, lembrou.
O vice-presidente da Fecomércio-PE para assuntos de turismo, Eduardo Cavalcanti, reforçou a questão dos destinos pouco conhecidos, frisando que até mesmo os pernambucanos ainda não conhecem todas as possibilidades oferecidas pelo Estado. Ele o presidente Bernardo Peixoto concordam que o turismo rural deve ser etendido como uma possibilidade que deve ser explorada no Estado. “Ele tem a ver com a busca pelos destinos sustentáveis, pela qualidade de vida, pela vontade de estar com a família”, analisou Peixoto.
Rodrigo Novaes, secretário de turismo do Estado, falou sobre o programa Bora Pernambucar, como um exemplo de como, desde 2019, Pernambuco busca valorizar seus inúmeros destinos, com olhar atencioso para os menos explorados, mas com grande potencial, como o Vale do Catimbau, região do Pajeú, cidades como Belém do São Francisco e Petrolândia, fortalecendo a estrutura e o calendário cultural dos municípios.
“Avançamos bastante inaugurando voos regionais para Caruaru, Serra Talhada e Araripina e isso ajuda na questão da interiorização. Esse trabalho ganha mais importância nesse contexto de pandemia para diminuir e recuperar os prejuízos causados pelos meses em que o turismo parou”, explicou. O secretário falou ainda sobre a boa relação entre o trade turístico do Estado e o poder público, o que é um dado positivo para a retomada.
Em suas últimas colocações, o ex-ministro Luiz Barretto reforçou que devemos apostar na vacinação como forma de resolver as questões trazidas pela pandemia, além de reforçar o diálogo entre entidades: “Pernambuco tem tudo para continuar sendo um grande destino turístico, gerando renda para grandes, pequenas e micro empresas”, colocou.
O presidente da Federação finalizou reforçando o trabalho da Fecomércio-PE como espaço aberto para o diálogo e que tem como objetivo servir não só ao empresariado dos segmentos de comércio de bens, serviços e turismo, mas a toda a sociedade.
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