O índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) pernambucanas, indicador utilizado para medir a avaliação que os consumidores em Pernambuco fazem sobre aspectos importantes da condição de consumo, como a sua capacidade de consumo, atual e de curto prazo, nível de renda doméstico, segurança no emprego e qualidade de consumo, presente e futuro, voltou a apresentar crescimento, após uma queda em um mês considerado forte em termos de consumo.
O resultado de novembro foi influenciado pelo pagamento da primeira parcela do 13º salário, recuperação de parte dos empregos formais e pela presença da Black Friday. É importante destacar que o indicador serve como um antecedente do consumo, a partir do ponto de vista dos consumidores, desta forma, crescimentos (redução) no indicador significam um aumento (queda) no consumo das famílias para o período indicado.
A alta já era esperada, visto que a pesquisa de sondagem de opinião para a Black Friday de 2020 apresentou resultado mais positivo do que o levantamento do mês anterior. O percentual de pernambucanos que informou pretensão de comemorar a data foi de 49,7%, apontando assim uma maior intenção de consumo das famílias do que no período anterior. Vale destacar que o segundo semestre apresenta suas peculiaridades e acontecimentos que impactam o poder de compra da população, sendo a comemoração da Black Friday um dos pontos de destaque. A data vem se consolidando no calendário do varejo brasileiro e pernambucano, onde atualmente é a quinta data mais importante em termos de faturamento, ficando atrás do Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças e Dia dos Pais.
A expectativa para um bom nível de consumo para a data e, consequentemente o mês, também era esperada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que projetou primeira alta real em termos de desempenho de vendas. A expectativa é de uma movimentação próxima a R$ 3,7 bilhões de reais. É importante destacar que a pandemia impulsiona as expectativas positivas do resultado para o mês e a data porque o período tem uma elevação de vendas pelo canal digital e durante a pandemia houve crescimento no percentual de compras pela internet e muita gente que nunca havia comprado desta forma passou a comprar, o que impulsiona as projeções para as vendas da data.
O mês de novembro vem se destacando em relação ao consumo das famílias, nos últimos anos, sendo o período de pico para o consumo. Este comportamento confirma a antecipação de compras realizadas pelas famílias em relação ao Natal, mas ainda não consegue retirar do mês de dezembro o período de maior importância do calendário de consumo das famílias pernambucanas.
Vale destacar que a elevada inadimplência foi atenuada pelos feirões voltados a regularização das dívidas ofertados pelos órgãos responsáveis, criando assim uma oportunidade para que muitas pessoas voltem a ter possibilidade de crédito e financiar o consumo. A pressão dos preços de alimentação também não mostrou piora, o que também não eleva as restrições orçamentárias e, por fim, o mercado de trabalho formal voltou a gerar vagas de maneira intensa, com o mês de outubro atingindo recorde de saldo positivo a nível nacional, contribuindo assim para um cenário mais positivo e propício ao consumo.
O indicador atingiu os 63,7 pontos, ante 59,3 de outubro de 2020 e 89,0 do mesmo período do ano anterior. Mais uma vez, é importante lembrar que a intenção de consumo continua na zona de avaliação negativa, abaixo dos 100 pontos, e esta condição vem desde agosto de 2015, refletindo que a crise iniciada no ano em questão foi tão crítica que o consumo da população ainda não mostrou recuperação suficiente para atingir um nível de satisfação da pesquisa. O movimento do consumo das famílias pernambucanas segue movimento idêntico ao nacional, visto que em novembro o indicador também apresentou crescimento.
Na análise por indicadores, verifica-se que o momento para duráveis apresenta a maior alta, sendo este o mais impactado positivamente pelo consumo vinculado à Black Friday, visto que a maioria dos itens mais comprados são móveis, eletrodomésticos, eletrônicos e outros produtos duráveis. Para o mês de dezembro, a expectativa é de retorno de alta da intenção de consumo, visto que o mês possui a data mais importante para o calendário de consumo que é o Natal, além de ter o pagamento da segunda parcela do décimo terceiro salário, o que continuará incentivando o consumo local.
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