O índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) pernambucanas, indicador utilizado para medir a avaliação que os consumidores em Pernambuco fazem sobre aspectos importantes da condição de consumo, como sua capacidade de consumo, atual e de curto prazo, nível de renda doméstico, segurança no emprego e qualidade de consumo, presente e futuro, apresentou variação mensal positiva em março de 2020.
É importante destacar também que o indicador serve como um antecedente do consumo, a partir do ponto de vista dos consumidores, desta forma, crescimentos no indicador significam um aumento no consumo das famílias para o período indicado.
O índice variou -4,4% no comparativo mensal, menor valor desde setembro de 2019, período em que as famílias se encontravam com poder de consumo reduzido pelo período pós férias, assim como de datas importantes como os festejos juninos e Dia dos Pais. Vale destacar que o mês de abril mostra essa queda, após um crescimento do mês anterior, explicada pela antecipação das feiras das famílias, visto que o período de quarentena decretado pelo Governo do Estado e voltado ao controle da pandemia da Covid-19 conseguiu criar esse comportamento nas famílias de minimização de risco de desabastecimento.
Desta forma, um grande percentual de pessoas realizou compras em níveis até superiores ao que habitualmente fazem, consumindo além da alimentação, material de higiene e medicamentos. É importante frisar que até então, o mês de março não apresentava um ambiente tão incerto devido à pandemia vivida pelo país. As demissões só vieram se intensificar no final do mês, assim como a situação crítica das famílias de baixa renda e daquelas que dependem do comércio informal.
Sendo assim, o consumo do período não foi tão afetado pela conjuntura, visto que as famílias ainda apresentavam poder de compras basicamente igual ao do mês anterior e um comportamento conservador em nível que ainda permitia a continuidade do consumo. Outro destaque é que os parques, praias, bares, shoppings e o comércio tradicional vieram a ser fechados apenas nos dez últimos dias do mês, o que também conseguiu amenizar a queda no nível de consumo da população pernambucana.
Em abril, as famílias já possuíam informação suficiente sobre o momento incerto em que vive o mundo com a atual pandemia do novo Coronavírus (Cobid-19). As demissões se intensificaram, atingindo, segundo o Sebrae, mais de 9 milhões de pessoas, além de encerrar as atividades de 600 mil micro e pequenas empresas em todo o país. Com um momento que aponta deterioração maior do mercado de trabalho nos próximos meses, caso não surja nenhuma informação importante que freie o ritmo de contaminação e mortes, as famílias elevam o comportamento conservador iniciado em março, direcionando assim o consumo para bens essenciais.
Para o mês de maio, espera-se uma continuidade na tendência de queda do consumo das famílias, isto porque as demissões, paralisações dos setores e o ritmo baixo de contratação criarão uma restrição orçamentária crítica, levando as famílias a cortar ainda mais o consumo de bens não essenciais durante o período de quarentena.
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