O Índice de Consumo das Famílias (ICF) pernambucanas, indicador utilizado para medir a avaliação que os consumidores em Pernambuco tem sobre aspectos importantes da condição de vida de sua família, apresentou crescimento anual de 7,3% em agosto de 2017. Esse é o quarto resultado anual positivo consecutivo após um primeiro quadrimestre de variações negativas. A variação é superior à verificada no mês anterior e no mesmo mês do ano anterior, quando os resultados atingiram 4,8% e -30,3%, respectivamente. O indicador ainda se encontra na zona negativa, abaixo dos 100 pontos, porém não mostra tendência de deterioração. A confiança da população, em Pernambuco, relacionada ao consumo continua com o movimento de recuperação, justificado pela melhora de importantes indicadores que geram impactos diretos no nível de consumo, como a queda do IPCA da Região Metropolitana do Recife que, praticamente, caiu pela metade, saindo de um acúmulo de 8,7%, em julho de 2016, para 4,2% em julho de 2017, o que também deu condições para o Banco Central manter a política de redução dos juros e vem contribuindo para reduzir o custo de financiamentos.
Quando se analisa o resultado anual por nível de renda das famílias, os dados voltam a apontar duas percepções bem distintas dentro do estado em relação ao cenário econômico atual, com os que apresentam rendimento até 10 salários mínimos apresentando variação positiva, mas ainda na zona negativa com 65,8 pontos. Já as famílias com rendimento mensal acima de 10 salários mínimos continuam com intenção positiva, atingindo os 107,7 pontos. Os mais pobres, apesar da melhora na inflação, ainda são os mais impactados pela alta taxa de desemprego, que, segundo o IBGE, atingiu 18,8% em Pernambuco, a maior entre os estados da Federação.
Os subíndices da pesquisa que mostraram recuperação significativa foram o “momento para duráveis”, que mostrou variação positiva de 36,7% em relação ao mesmo período de 2016, o que aponta uma confiança maior em relação ao médio e longo prazo, já que mais famílias se mostram dispostas a comprar bens com valores mais altos. Em seguida, vem a “perspectiva de consumo” e a “perspectiva profissional”, com crescimento anual de 22,7% e 17,6%, respectivamente, a melhora nestas duas avaliações confirmam que existe uma melhor expectativa das famílias em relação ao futuro da economia. Já o “nível de consumo atual”, que ainda tem a maioria das famílias informando que estão comprando menos que em períodos passados, mostrou melhora de 8,5% ante a agosto de 2016.
Na outra ponta, os subíndices que registraram queda foram a “renda atual”, “emprego atual” e as “compras a prazo”, com recuo anual de -3,8%, -1,7% e -0,8%, respectivamente. Essas avaliações estão sendo fortemente impactadas pelo mercado de trabalho pernambucano, que, diferente do nacional, ainda não mostrou reação, com deterioração da taxa a cada trimestre divulgado. A geração de emprego formal no estado ainda acumula saldo negativo no primeiro semestre do ano, porém em situação menos crítica que nos mesmos períodos de 2015 e 2016.
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