A pesquisa realizada pela Fecomércio PE mostra dificuldades, motivos do deslocamento e anseios dos usuários de ônibus e metrô neste período de flexibilização econômica
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE) realizou uma pesquisa sobre o perfil do usuário do transporte público de passageiro para entender o principal motivo de deslocamento nos horários de pico e quais as principais dificuldades sentidas neste meio de transporte. O levantamento foi feito entre os dias 18 e 31 de agosto em quatro Terminais Integrados da Região Metropolitana do Recife (TI Recife, TI Paulista, TI Xambá e TI Camaragibe) e contou com 1.407 entrevistas.
“Com a pesquisa, desejamos contribuir com mais uma solução eficiente no combate à covid-19 em Pernambuco, em especial do cenário crítico na utilização dos transportes públicos em meio à conjuntura de pandemia. O levantamento irá subsidiar os elaboradores de políticas públicas com importantes dados e proporcionará a criação de protocolos de saúde e ações que visem à proteção dos trabalhadores e consumidores que utilizam o meio público de transporte”, ressalta Bernardo Peixoto, presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac PE.
Os resultados mostram dados importantes para entender as medidas de segurança adotadas pelos usuários de transportes, as maiores dificuldades neste momento de pandemia em relação aos ônibus, os principais motivos para o uso do meio público de deslocamento, horários de início e final de expediente, o porquê de utilizar o transporte coletivo neste horário de maior fluxo, além de quais os tipos de serviços buscados e os segmentos procurados no momento do consumo.
Em relação aos cuidados adotados pelos entrevistados ao utilizar o transporte público, 97% dos entrevistados afirmaram que utilizam a máscara para proteção, seguido de 74% que utilizam o álcool em gel. Os demais meios de proteção obtiveram baixa adesão, como transportes menos lotados (14%), distanciamento social (11%) e evitar horário de pico (8%).
“A ampla divulgação dos meios de proteção, máscaras e álcool; a atual super oferta e concorrência elevada, barateando o seu custo, e as campanhas de distribuição gratuita desses itens contribuíram para a alta adesão no combate à Covid-19. As demais maneiras de proteção esbarram em questões mais estruturais e de difícil expansão no curto prazo, como a frota de veículos disponível para o transporte público”, explica o economista da Fecomércio-PE, Rafael Ramos.
Para os usuários, o maior ponto negativo, entre as principais dificuldades que o período vem ocasionando na utilização dos transportes públicos, é o tempo de espera entre as viagens, seguido da superlotação dos ônibus e redução das linhas. Das 6h às 7h59, a dificuldade mais apontada na pesquisa foi a superlotação dos ônibus, enquanto as dificuldades referentes à redução das linhas e de tempo maior de espera tomam a ponta nos horários a partir das 8h. “Os dados apontam a necessidade de um número maior de ônibus nos dois primeiros horários, visto que a falta dos veículos cria aglomeração devido à superlotação”, comenta Rafael Ramos. O principal motivo para a utilização do transporte público no horário de aplicação da pesquisa, realizado entre às 6h e 10h da manhã e entre às 17h e 20h da tarde/noite foi o trabalho, com 71% dos entrevistados apontando esta razão.
Na segmentação por sexo, verifica-se que a maioria do público feminino utiliza bem mais a máscara junto com o álcool em gel quando comparado ao masculino. “Este dado traz uma sinalização importante para que se realizem campanhas apontando a importância da utilização de mais de uma maneira de proteção entre o público masculino, já que a utilização de máscara não é suficiente para fazer um deslocamento com segurança na utilização de um transporte por onde passam milhares de pessoas por dia e que não existem ações de desinfecção do local em períodos curtos”, informa o economista.
Dos entrevistados que buscam serviços no Recife, os mais apontados foram os de saúde, o que reflete no horário de ida ao centro, pois a maioria desses serviços funciona por ordem de chegada, o que consequentemente obriga as pessoas a saírem mais cedo. Em seguida, estão os serviços financeiros, que, devido à pandemia e a horários reduzidos de alguns bancos, vêm gerando filas gigantescas e incentivam os deslocamentos dos demandantes em horários que também chocam com aqueles que se deslocam para o trabalho. Já os usuários que se deslocaram motivados pelo consumo buscam itens de vestuários, calçados e acessórios, alimentação e eletrônicos como celulares e tablets.
Acesse a pesquisa na íntegra: http://fecomercio-pe.com.br/site/pesquisa-goiana-pe/
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