O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) atingiu 99,9 pontos em março, ante os 95,5 pontos apurados em fevereiro. Na série com ajuste sazonal, o índice aumentou 6,4%. Melhoraram as avaliações das condições correntes (+16,7%), as expectativas de curto prazo (+4,0%), assim como estão maiores as intenções de investimento (+3,2%). A confiança dos comerciantes cresceu mais nas regiões Nordeste e Sudeste no fim deste primeiro trimestre (+7,9% em ambas). Em relação a março de 2016, os empresários do comércio também estão mais confiantes: o Icec aumentou 23,6%, nona taxa positiva consecutiva nesta base de comparação.
Icaec: Avaliações da economia, do comércio e da própria empresa seguem melhorando O subíndice que mede as condições correntes (Icaec) do Icec alcançou 68,2 pontos em março, aumento de +16,7% na série que considera os ajustes sazonais. Na comparação anual, o Icaec teve a oitava variação positiva (+54,4%), porém o índice segue na zona negativa, abaixo dos 100 pontos. A percepção dos varejistas quanto às condições atuais melhorou em relação aos três itens, tanto na passagem mensal quanto em comparação com março do ano passado. Desde fevereiro de 2016, a avaliação das condições correntes vem acelerando. Naquele mês, foi apurada a primeira taxa positiva na base de comparação mensal desde julho de 2015. Caiu a proporção de comerciantes que avaliam as condições atuais da economia como “piores”: para 74% dos varejistas, a economia piorou neste março. Esse percentual é mais baixo do que o observado em fevereiro (79,4%) e em março de 2016 (90,2%). O resultado positivo do Icaec no terceiro mês do ano reflete a desaceleração do ritmo de contração da atividade no comércio.
Entretanto, permanecem incertezas quanto à recuperação do mercado de trabalho e da renda das famílias, a despeito da descompressão da inflação. Essas incertezas continuam injetando cautela nos tomadores de decisão do comércio. O volume de vendas do varejo calculado pelo IBGE tem apresentado quedas marginais de magnitudes menores, porém encerrou 2016 com redução acumulada de -8,7%, o pior resultado da série histórica do indicador. 3 IEEC: Expectativas encerram o primeiro trimestre em alta O Índice de Expectativas do Empresário do Comércio (IEEC) alcançou 147,6 pontos em março, alta de +4,0% em relação a fevereiro, na série com ajuste sazonal. A evolução marginal positiva recuperou as duas taxas negativas seguidas, apresentadas pelo indicador em janeiro e fevereiro. Na comparação interanual, as expectativas cresceram +20,2%, e o IEEC é o único subíndice do Icec acima do nível de indiferença (100 pontos).
A evolução do IEEC entre fevereiro e março foi determinada pelo aumento das perspectivas de curto prazo relativas aos três itens que compõem o subíndice. Mesmo que o desempenho positivo das expectativas nos últimos meses não tenha se traduzido em recuperação do setor do comércio, os comerciantes têm perspectivas melhores para os próximos meses (quanto à evolução da economia, do comércio e do desempenho da própria empresa) neste mês de março do que tinham em março de 2016. Na avaliação de 79,7% dos entrevistados, a economia vai melhorar nos meses à frente, percentual abaixo dos 73,8%, assinalados em fevereiro, e dos 82,2% registrados em dezembro. Ainda que os comerciantes não enxerguem retomada mais expressiva das vendas no curto prazo, a menor pressão sobre os preços do varejo assim como as taxas de juros em trajetória de queda favorecem as expectativas. A liberação das contas inativas do FGTS é outro aspecto positivo para aliviar, em um primeiro momento, o comprometimento da renda das famílias com dívidas.
Por outro lado, as condições do mercado de trabalho continuam deterioradas (desocupação elevada), mantendo o consumidor cauteloso e dificultando a recuperação mais rápida do consumo. 4 IIEC: Comércio mais disposto a investir O subíndice que mede as condições de investimentos do comércio (IIEC) registrou 84,1 pontos (+3,2%) em março, influenciado por aumentos na intenção de contratação de funcionários (+3,7%), na intenção de investimentos na empresa (+5,8%), como também em estoques (+0,4%). O IIEC cresceu 11,0% em relação a março de 2016, oitavo aumento na base de comparação anual desde janeiro de 2014.
Na comparação interanual, estão maiores as intenções dos comerciantes de contratar funcionários e de investir no capital das empresas. O custo de captação no mercado de crédito começou a diminuir com a trajetória de queda da Selic, favorecendo a atividade do comércio, mas o spread continua alto e as empresas ainda estão alavancadas. Para 69% dos consultados em março, as intenções de investimento no capital social das empresas são menores, percentual abaixo do de março de 2016, quando 74% responderam que reduziriam seus investimentos. A percepção dos comerciantes sobre os estoques diante da programação das vendas melhorou na passagem mensal, mas o mesmo não ocorreu na comparação com idêntico período do ano passado. Os comerciantes vêm fazendo ajustes nos estoques, adequando-os à realidade do menor volume menor de vendas, uma vez que ainda predomina a dificuldade de retomada do consumo.
Segue elevado o percentual de comerciantes que avaliam os estoques acima do que esperavam vender: para 31% dos comerciantes consultados, os estoques estão acima do adequado em março. 5 Conclusão: A confiança do empresário do comércio encerrou o primeiro trimestre do ano em alta, atingiu os 100 pontos do corte de indiferença. O último resultado acima dos 100 pontos havia ocorrido em fevereiro de 2015. Tanto em relação a fevereiro quanto em comparação a março do ano passado, o Icec cresceu influenciado pelas altas na avaliação das condições correntes, nas expectativas de curto prazo e também pelo aumento das intenções de investimento. Nas duas bases de comparação, estão melhores as avaliações da situação atual da economia, do setor do comércio, como também do desempenho da própria empresa.
As expectativas dos comerciantes para os próximos meses igualmente melhoraram nas duas bases de comparação, além de os itens estarem situados na zona positiva, acima dos 100 pontos. As intenções de investimento também aumentaram no mês e na comparação interanual. A intenção de investir na empresa está maior, assim como cresceu a intenção de contratação de funcionários no comércio. As reformas e medidas de ajuste em andamento no Congresso propiciam um ambiente mais favorável aos investimentos, estimulando a confiança dos comerciantes. As vendas do comércio em 2017 devem experimentar ritmo menos intenso de queda, com relativa estabilidade.
Leave a Comment