O comércio exterior de Pernambuco apresentou avanço em setembro de 2025. As exportações somaram US$ 161 milhões, crescimento de 81% em relação a agosto. O acumulado de janeiro a setembro aponta expansão: foram US$ 1,7 bilhão exportados, avanço de 18% em comparação ao mesmo período do ano passado. Houve, contudo, queda de 5,5% frente a setembro de 2024.
No caso das importações, o estado registrou US$ 631 milhões em setembro, o que representa avanço de 19% em relação a agosto e de 9% frente a setembro de 2024. Já no acumulado do ano, Pernambuco importou US$ 5,5 bilhões, recuo de 2% ante 2024.
Com isso, o saldo comercial de Pernambuco no mês de setembro foi negativo em US$ 470 milhões, e a corrente de comércio, soma de exportações e importações, totalizou US$ 793 milhões.
Setembro é o segundo mês sob as novas tarifas impostas pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros destinados àquele país. Em setembro, o governo norte-americano recuou parcialmente, isentando celulose, níquel-ferro e outros produtos vendidos pelo Brasil. Isso se deveu à elevação de preços nos EUA, impactando a criação de empregos e levando o Federal Reserve a ajustar a taxa básica de juros em 16/09. Além disso, entrou em vigor o plano do Governo Federal, Brasil Soberano, voltado ao apoio a exportadores.
Em termos gerais, as relações comerciais entre Pernambuco e Estados Unidos levaram a exportações que somaram US$ 4,6 milhões, ante US$ 141 milhões importados.
Entre os itens mais exportados por Pernambuco para o Estados Unidos, em setembro, destacam-se: mangas frescas (US$ 2.245.642), inhames (US$ 425.883), uvas frescas (US$ 380.978) e outros peixes frescos ou refrigerados (US$ 252.173). Já entre as importações provenientes dos EUA, ressalta-se Querosenes de aviação (US$ 57.733.071), Outras caixas de marchas (US$ 19.529.601) e Outras gasolinas, exceto para aviação (US$ 15.228.018).
Em setembro de 2025, Pernambuco ampliou suas exportações para mercados alternativos aos Estados Unidos, com destaque para a China, que absorveu US$ 20 milhões em exportações de Pernambuco, representando um aumento de 245% na média móvel trimestral em comparação com a média móvel trimestral estimada para setembro de 2024. Esse avanço é um sintoma da estratégia de diversificação frente ao tarifaço americano.
Atenta à necessidade de diversificar mercados, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE) realizou uma Missão Empresarial ao Japão e à China, visitando cidades como Osaka e Tóquio, no Japão, e Shenzhen e Pequim, na China. Liderada pelo presidente Bernardo Peixoto, presidente da Fecomércio-PE, a delegação se reuniu com a embaixada brasileira em Tóquio e com empresas e instituições públicas, a fim de conhecer oportunidades de negócios. Além disso, o grupo visitou a maior feira de comércio em serviços do mundo, em Pequim, evento em que também ocorreu um momento de matchmaking com empresas locais. O objetivo foi fortalecer parcerias comerciais e ampliar a cooperação econômica internacional, buscando novos canais e oportunidades para o estado de Pernambuco.
Bernardo Peixoto avaliou os resultados do comércio exterior em setembro. “O resultado das exportações reforça o papel de Pernambuco no comércio internacional, especialmente pela diversificação dos mercados. De acordo com o Hub de Dados da Fecomércio-PE, a ampliação das vendas para destinos como a China, Singapura e Países Baixos mostra a capacidade das empresas e a resiliência dos empresários em consolidar novas parcerias. A Fecomércio Pernambuco seguirá apoiando iniciativas que fortaleçam o ambiente de negócios e favoreçam novas cooperações internacionais”, afirma.
Rafael Lima, economista da Fecomércio-PE também comentou os dados: “O avanço das exportações, mesmo diante de barreiras comerciais impostas pelos Estados Unidos, mostram o movimento de diversificação dos destinos de vendas de produtos pernambucanos. O resultado do comércio com a China corrobora que as empresas do estado estão pluralizando canais internacionais, aproveitando oportunidades em economias que mantêm a demanda por produtos brasileiros. Agora, a expectativa é de recuperação.”