Há 23 anos situada no Parque 18 de Maio, o centro de moda de Caruaru atrai pessoas de todos os lugares. Como um tradicional sítio de comércio, as empresas ali localizadas possuem um padrão de comportamento típico dos micro e pequenos estabelecimentos que operam no varejo e no atacado do segmento de tecidos e confecções, tendo um padrão, em geral, conservador, resistente a mudanças. Entretanto, em julho de 2015 foi aprovado o projeto de transferência dessa tradicional feira para um terreno à margem da BR-104, no sentido Caruaru-Toritama. De acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Fecomércio-PE e Sebrae-PE, atualmente o Centro Moda 18 de Maio é constituído de micro e pequenas empresas que atuam massivamente no varejo, mas também no atacado de forma singular ou combinada. Já dois terços desses estabelecimentos operam seus negócios em imóveis alugados, fator positivo que não iria impor custos mais altos para os lojistas em caso de transferência. Entretanto, durante a realização da pesquisa, quando analisados os impactos que os comerciantes tradicionais deverão sentir, a maioria das 390 empresas entrevistadas considera que o novo endereço vai afetar negativamente os negócios.
Os que apontam consequências negativas (75%) acreditam que haverá redução no volume de vendas, sendo também expressiva a proporção dos que julgam que perderão clientela (70,9%), visto que boa parte dela corresponde aos comerciantes da feira, com o benefício de comprar as mercadorias e revendê-las sem precisar se deslocar. Destaca-se ainda que 35,5% dos empresários admitem que seus custos aumentarão com essa mudança.
No entanto, para 75,9% dos empresários, a saída da ‘feira da sulanca’ do Centro Moda 18 de Maio terá efeitos, tanto negativos quanto positivos. Os benefícios esperados são poucos. Dos entrevistados, 8,1% acreditam que irão aumentar a clientela e também as vendas, sendo apenas 2,4% os que acham que reduzirão seus custos. Além disso, a pesquisa também ouviu os clientes que frequentam o Centro de Moda 18 de Maio. A segurança (82,1%) é a maior deficiência daquele espaço, apontada por eles e também pelos empresários locais. Em seguida, foram elencadas dificuldades com estacionamento (69,7%) e para o acesso à área (39,7%), o que indica que a mudança de local pode reduzir esse nível de insatisfação, caso esses fatores sejam considerados no novo projeto.
Apesar dessa pré-aprovação do público, apenas 13,8% migraria seu estabelecimento para o novo ponto físico. Já 74,6% dos empresários afirmam que optariam por permanecer no local atual, caso houvesse a possibilidade de escolha. Para esses, no entanto, seria necessário um plano de melhorias para o espaço. Entre os itens questionados, estão como organização do parque da feira, implantação de uma praça de alimentação, criação de estacionamento no local, reforço na segurança, entre outras ações. Esses itens, aliás, também são apontados como prioridade para os que aceitariam a mudança. Eles sugerem mais segurança com posto policial (9%), ampliação e organização do estacionamento (8%), melhor infraestrutura de banheiros e iluminação (6%) e praça de lazer e alimentação (5%).
Clique aqui e confira a pesquisa na íntegra
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