*Por Rafael Lima, economista da Fecomércio-PE (rafael.lima@fecomercio-pe.com)
A pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), recebeu recorte local da Fecomércio-PE. Em Pernambuco, o índice registrou um modesto avanço de 1% em maio de 2024, após três meses de recuo no índice de consumo.
A pesquisa apontou um crescimento de 4,3% no índice geral do nível de consumo atual e, quando feito o recorte por renda, observou-se que, entre as famílias que recebem até 10 salários mínimos, houve um avanço no consumo de 4,9%. A perspectiva de consumo apresentou invariabilidade, com o índice geral caindo 0,8%, indicando expectativas mais conservadoras em relação aos gastos futuros.
De acordo com a pesquisa, houve estabilidade na percepção atual do emprego, ou seja, conservando o sentimento pessimista em relação ao mercado de trabalho em Pernambuco. A avaliação da renda atual registrou um avanço de 2,1%, fortalecendo o poder de compra dos consumidores.
A situação atual do crédito avançou pelo segundo mês consecutivo para as famílias que recebem até 10 salários mínimos. Em comparação com o mês passado, houve um avanço de 4,5%, o que se justifica pela maior facilidade de acesso ao crédito para os consumidores.
“A melhora do crédito é percebida por todos os consumidores, mas as famílias com renda menor estão conseguindo se beneficiar mais das melhores condições de pagamento”, afirma o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros. Ele indica que, como mostra a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), também apurada pela Confederação, a inadimplência entre os mais pobres vem reduzindo, o que melhora a reputação dos consumidores perante as instituições financeiras e facilita a concessão de crédito.
Segundo Rafael Lima, economista da Fecomércio-PE: “Após três meses de resfriamento no consumo, o nível de consumo em Pernambuco registrou um avanço modesto de 1% em maio de 2024, conforme pesquisa do ICF. Apesar das expectativas mais conservadoras, a melhora no acesso ao crédito está beneficiando especialmente as famílias com renda menor, permitindo um avanço no consumo e na percepção de renda”.