Por Rafael Ramos, economista da Fecomércio-PE
As medidas restritivas anunciadas, no dia 23/2, pelo governador de Pernambuco, apesar de impactar os setores produtivos transmitem sensibilidade na busca para minimizar os desdobramentos negativos na economia. Foi anunciado que, no período de 26/2 a 10/3, todas as atividades econômicas e sociais estarão proibidas, entre 20h e 5h, nos 63 municípios das regiões de Limoeiro, Caruaru e Ouricuri, respectivamente.
É de conhecimento de todos que o número de infectados continua subindo e preocupa o setor público e toda a sociedade civil, visto que o percentual de ocupação nos leitos de UTI passa de 90% e obriga as autoridades a adotar medidas para reduzir a possibilidade de colapso da rede pública de saúde. Entendemos que estas ações são necessárias, mas ao mesmo tempo o cenário crítico atual demanda ações paliativas voltadas ao setor produtivo atingidas pelas medidas.
Estes 63 municípios juntos apresentam uma população estimada, segundo o IBGE, de 2.349.691 de pessoas, que corresponde a 24,4% da população pernambucana. Vale destacar também que estes municípios juntos apresentam elevada quantidade de estabelecimentos formais alcançando, segundo a RAIS, o número de 23 mil empresas, o que representa 22,2% dos estabelecimentos formais de todo o Estado de Pernambuco. É importante destacar também que estas empresas são responsáveis pela geração de, aproximadamente, 246 mil vagas de empregos com carteira assinada.
Os impactos serão sentidos, principalmente, nos estabelecimentos comerciais e nos serviços não essenciais que funcionam após as 20h, como shoppings centers e galerias, além dos pontos turísticos destas cidades que puxam o funcionamento de serviços como os bares, restaurantes, transportes, etc.
Reiteramos que estas medidas, necessárias para o momento que passamos, infelizmente, impactam o faturamento e aumenta as restrições das empresas, o que pode implicar em corte de empregos e até mesmo em fechamento de estabelecimentos. Desta forma, se faz necessário também ações mais enérgicas voltadas ao setor produtivo, buscando elevar a resistência das empresas, dos empregos e da arrecadação pública.
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