O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) de Pernambuco, que mede a percepção que os empresários do comércio tem sobre o nível atual e futuro de propensão a investir em curto e médio prazo, mostrou a terceira alta, após cinco quedas consecutivas. É importante destacar que os números deste mês, mais uma vez, confirmam que o comportamento da confiança empresarial, no segundo semestre, será bem mais positivo que o primeiro e que, provavelmente, volte a atingir a zona de avaliação positiva no último bimestre do ano.
Vale destacar, novamente, que a economia vem respondendo e se recuperando de maneira bem mais rápida do que o esperado em alguns pontos como o desempenho de setores produtivos, visto que o volume de vendas do comércio, a produção industrial e a demanda por serviços veem apresentando altas superiores às projeções feitas nos primeiros meses da pandemia. Outro ponto importante é que as variações positivas possuem magnitude maior que as negativas, fazendo com que a recuperação seja mais forte do que a queda verificada anteriormente.
O Icec cresceu 6,9% entre setembro e outubro, saindo de 93,4 para 99,9 pontos, refletindo os números positivos do movimento das vendas do comércio pernambucano entre maio e agosto, onde o volume cresceu a taxas elevadas e bem acima do esperado pela maioria dos analistas de mercado. Além do resultado das vendas, a confiança também vem sendo influenciada pela manutenção do consumo das famílias diante da continuidade, apesar da queda no valor do benefício, e do auxílio emergencial até dezembro de 2020.
A proximidade com as eleições municipais e a possibilidade de renovação de parte da gestão municipal e de capitais também podem estar acelerando a recuperação da confiança, visto que anos pós eleição apresentam ambiente de negócios melhores, visto que o novos gestores geralmente impõem medidas que buscam elevar investimentos com incentivos ao setor privado.
Lembrando também que festas importantes da pós reabertura, como o Dia dos Pais e o Dia das Crianças, apresentaram boa movimentação no comércio. Importante destacar que, mesmo a pesquisa de intenção de consumo para o dia 12 de outubro apontando baixa adesão pelos pernambucanos, o sentimento de comemorar um dia especial para as crianças e a tradicional correria de última hora tomou conta da população do Estado e deu, mais uma vez, um resultado diferente do que havia sido inicialmente projetado. Estes comportamentos positivos em datas comemorativas importantes, além dos desempenhos elevados em meses sem estas datas, puxam a confiança do empresariado, revelando para a classe um período de turbulência bem mais curto do que havia inicialmente projetado.
As atividades mais positivas, nos últimos meses, e que vem puxando a recuperação do comércio continuam sendo o de eletrodoméstico, respondendo a uma demanda extremamente elevada das famílias, que, durante o período de restrição mais significativa, precisaram usar de maneira mais intensa estes aparelhos devido ao isolamento social. Além dos móveis, puxados pela necessidade da montagem dos escritórios home office, que também vem tendo adesão pós reabertura e dando manutenção ao aquecimento das vendas, e do segmento de material de construção, que também cresce devido à necessidade de permanência em residências e pela necessidade dos estabelecimentos de se adequarem às normas de saúde. Por fim, o segmento de hiper e supermercados continua com alta modesta, mas positiva diante da necessidade de um maior consumo destes itens para as pessoas que ainda continuam em isolamento mesmo após a permissão de reabertura dos estabelecimentos.
As ações emergenciais criadas pelo governo federal e que foram voltadas às famílias também continuam contribuindo com parcela relevante da retomada da confiança do setor do comércio. O auxilio emergencial continua atenuando a queda na renda das famílias, em Pernambuco injetou mais de R$ 7 bilhões de reais em 5 meses, injeção essa que apesar de sofrer redução de 50% do valor dos benefícios vem sendo compensada por uma contratação de funcionários, com e sem carteira assinada em nível mais elevado que o primeiro semestre. O empresariado também já incorpora o pagamento do décimo terceiro salário para a população que possui o direito, no último bimestre do ano, o que também cria condições para a manutenção do poder de consumo das famílias e da continuidade de variações de vendas positivas.
Analisando os sub indicadores da pesquisa, verifica-se que todas as avaliações voltaram a apresentar alta mensal. O destaque, mais uma vez, ficou com o Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio, dando continuidade a uma melhora no ambiente de negócio com a reabertura e o menor grau de isolamento social das famílias. O segundo indicador mais bem avaliado, em setembro, foi o de Investimento, sinalizando que o setor tem confiança no médio e longo prazo do comportamento econômico.
Para o próximo mês, espera-se que a confiança continue com variação positiva e assim como o resultado nacional neste mês fique acima dos 100 pontos, visto que o mês de novembro possui a Black Friday, data cada vez mais presente e importante do calendário de compras dos pernambucos, incentivando a mais um movimento de consumo via canais digitais. O comportamento positivo e de recuperação acelerada da maioria das variáveis econômicas continuará dando condições para que a recuperação da confiança empresarial retorne de maneira mais rápida.
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