A candidata do PT prometeu melhorar os serviços públicos municipais, através de administração mais eficiente na gestão dos recursos
A candidata do PT, Marília Arraes, encerrou, nesta sexta-feira (9), a primeira edição do Debate com Prefeituráveis do Recife para as eleições de 2020. O evento foi promovido pela Fecomércio-PE, em parceria com o Movimento Pró-Pernambuco (MPP). A mediação foi da jornalista Patrícia Raposo, da CBN Recife. Os presidentes do Sistema Fecomércio-PE, Bernardo Peixoto, e do MPP, Avelar Loureiro Filho, estiveram à frente das perguntas.
Marília Arraes começou sua fala respondendo sobre incentivo ao setor produtivo. Recife é uma cidade que não é amiga dos empreendedores. Ela destacou que o empresário esbarra nos entraves e na morosidade no atendimento público. Para isso, pretende firmar parcerias e fomentar diálogos com os setores produtivos e com o Poder Legislativo para modernizar as leis e melhorar o serviço. “Que a gente possa fazer um compilamento dessas leis e simplificar o acesso de quem quer empreender na cidade, diminuir a burocracia e utilizar a informatização”, afirmou a candidata.
Quando questionada sobre a situação do Centro do Recife e a realidade da construção civil, a petista apontou para o Plano Diretor, que, segundo ela, como está posto está desagradando a todo mundo, portanto, defendeu rediscutir, junto com à Câmara dos Vereadores e à sociedade e fazer um debate mais amplo.
Ela também falou sobre qualificação profissional e em aproveitar projetos já existentes, mas organizá-los de forma que atendam à atual necessidade do mercado de trabalho. É preciso primeiro fazer uma pesquisa de demanda do mercado, intenção vocacional e aí direcionar esses projetos e não usá-los simplesmente para fazer uma propaganda e mostrar um Recife, que, na verdade, não existe.
A candidata explanou sobre as contas públicas e os déficits orçamentários e apontou que é preciso ter responsabilidade e repensar alguns serviços que hoje, segundo ela, são oferecidos pela gestão municipal de forma desorganizada. “Fazer o dever de casa, que o Recife não está fazendo e gerir melhor esses recursos”, disse Marília. A postulante destacou a necessidade de construção de mais creches e permitir que os estudantes estudem próximos das unidades de ensino, para diminuir a evasão escolar.
Sobre o turismo, ela reforçou que o Recife perdeu seu potencial de receber e agradar o turista. Para ela, falta segurança e infraestrutura como urbanização e iluminação. “Primeiro, o que a gente precisa fazer é arrumar a cidade, para que ela receba melhor esses turistas”, explicou. Ela falou também sobre a importância de qualificação profissional direcionada ao setor, como também fomentar o turismo criativo nos bairros, que são polos culturais. Sobre a Orla de Boa Viagem, reforçou que a área precisa de atenção e projetos viáveis e não apenas impor modelos novos de quiosques.
Sobre mobilidade urbana, se posicionou contra a municipalização do transporte público de passageiros. O Recife é a peça-chave da região metropolitana e todas as outras cidades contribuem também para o desenvolvimento, mas prometeu buscar explicações para a ineficiência de alguns modelos de transporte, como o BRT e o fluvial. “É preciso fazer uma auditoria nessas obras, disso que aconteceu, o que é que foi gasto, o que dá para aproveitar e oferecer alternativas”, reforçou a candidata. Ela também falou da importância de investir no transporte cicloviário, mas que as rotas sejam seguras para os ciclistas. “Na verdade, o que precisa acontecer é que a gente tornasse todo o cidadão, um usuário em potencial de qualquer modal, com um planejamento lógico nas rotas para que as pessoas se sintam seguras”, reforçou.
A proposta de revitalização do centro do Recife, segundo a petista, também impacta a mobilidade. Para Marília, é necessário fazer um investimento em habitação com parceria com a iniciativa privada, com incentivos para funcionários públicos e trabalhadores da área central, fazendo com que morem e trabalhem próximos, ajudando nesse fluxo urbano de deslocamento.
A postulante prometeu fazer reforma administrativa e trabalhar com a equipe de transição para já entrar janeiro com, no mínimo, 20% da máquina enxuta em termos de cargos comissionados e rever a folha dos terceirizados, que aí sim são inchados, são utilizados também para negociações políticas e, prometeu rever esses contratos e com isso enxugar a máquina pública.
Marilia Arraes reforçou a bandeira do diálogo com a sociedade e o setor produtivo, além da articulação política, que, segundo ela, a gestão municipal deve fazer independentemente de ser oposição ou não.
Sobre o debate – O 1º Debate com Prefeituráveis do Recife aconteceu entre os dias 5 e 9 de outubro e teve caráter propositivo, com o objetivo de apresentar os planos de cada candidato para o segmento do comércio de bens, serviços e turismo, planejamento urbano, mobilidade e outros setores produtivos do município. Foram convidados os cinco candidatos mais bem posicionados nas pesquisas de intenção de voto e com partido com representação no Congresso Nacional. Todos os debates estão disponíveis no canal da Fecomércio-PE, no YouTube.
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