A Fecomércio-PE realizou a pesquisa de sondagem de opinião do Dia dos Pais entre os dias 20 e 27 de julho com os consumidores pernambucanos
O levantamento tem o objetivo de informar aos empresários/gestores do varejo acerca da disposição dos consumidores em comemorar o Dia dos Pais, no que diz respeito à intenção de compras. A ideia do levantamento é a de oferecer informações estratégicas à classe empresarial que possam auxiliar na tomada de decisões quanto às ações que lhes permitam alavancar as vendas. Para esta sondagem, foram realizadas 1.152 entrevistas com consumidores através de questionário enviados por canais digitais.
O comércio pernambucano tem elevada importância para o funcionamento da economia local, pois emprega de maneira formal quase 322 mil pessoas, o que representa, aproximadamente, 19% de todos os empregos do estado, injeta mais de R$ 6 bilhões de reais, anualmente, através de pagamento de salários e outras remunerações, além de contribuir com quase 15% de toda a arrecadação do ICMS estadual. É importante lembrar que o setor foi um dos mais impactados negativamente, nos últimos meses, devido à pandemia da Covid-19, o que vem causando grandes dificuldades para a continuidade do funcionamento da maioria das empresas locais.
Diante das perdas em toda a economia, nos meses anteriores, que incluem as vendas das comemorações de datas importantes, a pesquisa de intenção de consumo do Dia dos Pais, em 2020, traz informações importantes sobre a conjuntura atual, pois é a primeira pesquisa para uma data de relevância, após o início da flexibilização do funcionamento dos negócios e do isolamento social das famílias.
Perante os desafios atuais, a recente pesquisa realizada pela Fecomércio-PE aponta que 64% dos pernambucanos pretendem comemorar a data no dia 9 de agosto. O percentual é inferior ao mesmo período do ano passado, quando a intenção de comemoração atingiu 76%. Mas, vale destacar que a proporção dos consumidores que pretende comemorar subiu quando comparado com as datas comemorativas anteriores, que foram realizadas dentro do cenário da atual pandemia.
É importante destacar que essa melhora no percentual de consumidores que pretendem comemorar o Dia dos Pais em 2020 deve-se em parte à política de incentivo à manutenção do consumo das famílias criada pelo Governo Federal. A ação mostrou-se efetiva e é um dos motivos para que o consumo das famílias, principalmente os mais pobres, não apresente quedas ainda maiores, durantes os últimos meses, visto que grande parte das famílias foi contemplada pelo programa e já havia recebido ao menos a primeira parcela do benefício.
Lembrando que o Auxílio Emergencial é um benefício financeiro pago pelo Governo Federal para garantir uma renda mínima aos brasileiros em situação de vulnerabilidade social, durante o período de emergência de saúde pública decorrente do novo coronavírus, previsto na Lei nº 13.982, de 2 de abril de 2020. Em Pernambuco, foram injetados mais de R$ 2,2 bilhões de reais, o que somado aos demais benefícios, como o Bolsa Família e o BPC, além da liberação dos recursos do FGTS, limitados a um salário mínimo, deram condições para que o consumo não fosse tão impactado durante a crise atual.
Vale destacar que, na análise por sexo, o público masculino é o que apresenta o maior percentual de comemoração. Outro destaque é que, na pesquisa atual, o público feminino voltou a apresentar intenção de comemoração da data pela maioria das entrevistadas, o que não foi verificado nas últimas duas consultas. A opção por comemorar também é maior para as faixas de idade mais novas, tendo adesão de 69% dos entrevistados com idade entre 18-29 anos e de 66% e 61% para aqueles entre 30-49 anos e 50-59 anos, respectivamente. Já para os mais velhos, população com 60 anos ou mais, a pesquisa aponta que 58% não deve realizar nenhum tipo de comemoração no período.
A proporção de pessoas que informou que vai comemorar a data é superior em todas as classes de renda da consulta, sendo o menor percentual de comemoração (58%) verificado no rendimento mais baixo, que são aqueles com renda de 1 a 2 salários mínimos. Vale destacar que a população que possui rendimentos nessa faixa é a que mais sofre diante da conjuntura atual, com o nível de demissão acentuado, visto que o trabalho realizado, na maioria das vezes, é de menor nível de especialização, não podendo ser feito de maneira remota, jogando grande parte da população para o corte de vagas ou para programas emergenciais de empregos, como as suspensões de contrato. Desta forma, a confiança em relação ao futuro tem elevada incerteza, puxando para baixo a possibilidade de consumo para comemoração de datas com um apelo sentimental mais forte, como é o caso do Dia dos Pais em 2020.
A queda na renda das famílias e a restrição do comércio trazem mais uma vez uma configuração bem diferente de anos anteriores, pois a tradicional compra de presentes não foi a mais apontada entre as formas de comemoração. Em 2020, a maioria, em torno de 67% dos consumidores que responderam a pesquisa, pretende comemorar de uma maneira mais simples, mais reservada e mais barata, visto que a forma mais apontada foi o almoço ou jantar na própria residência. Esse tipo de comemoração consegue se adequar às limitações que ainda perduram, mesmo após a flexibilização do setor produtivo e do isolamento social das famílias.
A compra de presentes foi a segunda opção mais indicada pelas pessoas que vão comemorar a o Dia dos Pais e o valor médio para o presente ficou em R$ 129,65. Por ser uma comemoração mais cara, já era esperada a continuidade da redução no percentual de quem tradicionalmente comemorava desta forma, visto que o perfil de consumo das últimas datas também apresentou consumo mais restrito devido ao atual cenário. Além disso, o retorno da possibilidade de comprar no comércio tradicional ainda apresenta desconfiança de parte das famílias, visto que, diferente dos estabelecimentos comerciais que seguem protocolos rígidos para evitar a infecção, o transporte público ainda continua apresentando dificuldades para transmitir confiança, já que ainda não opera em sua totalidade apresentando lotações significativas, fazendo com que parte da população mesmo com o retorno do comércio evite a ida para os centros comerciais em deslocamentos por ônibus e metrôs.
Os três principais tipos de presentes foram os “Roupa ou acessórios de vestuários”, “Perfume e cosméticos” e “Sapato, sandália ou acessório de calçado”, itens que, tradicionalmente, são a preferência para presentear o pai. Vale destacar que, mais uma vez e refletindo o cenário de isolamento e de um maior consumo de álcool devido à instabilidade ligadas a saúde, o item “Vinhos, destilados e outras bebidas alcoólicas” foi o quarto tipo de presente mais apontado.
Refletindo o retorno da flexibilização das medidas de restrição e o retorno do funcionamento do comércio não essencial de rua e dos estabelecimentos dos shopping centers, o canal de vendas mais buscado pelos consumidores para a compra dos presentes será o comércio tradicional, apontado por 39% dos pesquisados. Em segundo lugar, ficou a compra realizada pelo comércio eletrônico, confirmando que o novo normal trará mudanças de hábitos importantes nas relações de consumo, sendo uma delas a presença mais forte do consumo digital. Os shoppings ficaram em terceiro lugar apontado por 24,8% dos entrevistados.
Por fim, das pessoas que informaram que não pretendem comemorar o Dia dos Pais em 2020 o motivo mais apontado foi a questão de não ter a presença do pai, com o mesmo falecido ou desconhecido (44,3%), seguido pela continuidade da adesão do isolamento social/quarentena (29,2%). Já dos motivos mais ligados a questões financeiras os mais apontados foram a falta de dinheiro e por considerar os preços dos itens muito altos.
Leave a Comment