Diante do fechamento dos estabelecimentos comerciais, assistência financeira a profissionais autônomos e renegociação de impostos estão entre as soluções apontadas pela maioria dos entrevistados. A folha de pagamento é preocupação de maior parte deles.
Em pesquisa inédita, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE), por meio do Instituto Fecomércio-PE, mapeou o posicionamento dos empresários pernambucanos em relação às medidas adotadas para mitigar os impactos da pandemia do novo Coronavírus (Covid-19) sobre os setores da economia. O levantamento contou com a participação de 1.367 empresários de todo o Estado e foi realizada por meio de formulário online, entre os dias 27 de março e 3 de abril.
Segundo a pesquisa, o maior segmento de atuação das empresas é do comércio (50,3%), seguido pelo setor de serviços (37,2%), indústria (8,2%), turismo (3,5%) e agropecuária (0,9%). “Em Pernambuco, as empresas de micro, pequeno, médio porte e os microempreendedores individuais representam quase a totalidade dos estabelecimentos, com 97,4%. Esse fato é preocupante, pois os pequenos negócios podem ser os mais afetados com as medidas restritivas, visto que são mais sensíveis a momentos de recuo na demanda, em especial quando o período é prolongado e, geralmente, não possuem grandes reservas financeiras para passar por crises graves”, explica o economista da Fecomércio-PE, Rafael Ramos.
A grande maioria (98%) dos empresários conhece as medidas sanitárias de precaução para evitar o contágio do vírus. Durante o período de quarentena, 59,5% admitem que esperam demanda de clientes. A Região Metropolitana do Recife (RMR) se destaca como a principal região de atuação dos empresários do Estado, com 59,3%. O Agreste aponta na segunda colocação, com 22%, seguido pelo Sertão (13,6%) e Zona da Mata (5%).
Grande parte dos empresários tem conhecimento das propostas apresentadas pelo Governo Federal para a mitigação dos impactos econômicos da pandemia da Covid-19, contudo quase metade dos entrevistados não sabem quais são as propostas das esferas estadual e municipal. Quando questionados sobre a abertura dos estabelecimentos durante as medidas de prevenção do novo Coronavírus, apenas 10,8% acreditam no fechamento dos estabelecimentos. A maioria (52,5%) espera que as lojas e serviços deveriam permanecer abertos e uma parcela (36,7%) acredita que deve estar aberto apenas o essencial.
A medida preventiva mais aceita para abertura dos estabelecimentos, de acordo com 42,3% dos entrevistados, seria a limitação da quantidade de pessoas. O horário de funcionamento reduzido teve a adesão de 19,6%, em seguida, 14,6% dos empresários acreditam que a abertura deve ser sem restrições e 4,9% deles acham que deve acontecer em todos os bairros. Abrir os estabelecimentos apenas em dias alternados (6,1%), nos locais de alta demanda (1,4%) e em bairros centrais (1%), foram as opiniões menos populares.
Caso os estabelecimentos permaneçam fechados, a maior preocupação dos empresários é com o pagamento da folha salarial (87,5%). A aflição também está presente com o pagamento dos fornecedores (66,9%), impostos (50,8%) e empréstimos (33,6%). Em caso de fechamento total ou parcial dos estabelecimentos, as soluções mais esperadas pelos entrevistados são de assistência financeira aos profissionais autônomos (59,4%) e renegociação de todos os impostos (58,6%).
Diante do cenário atual, a maior parte dos empresários concluiu que não têm expectativa (49,6%) ou acredita que o crescimento econômico para o seguimento será ruim (36,9%). Os mais otimistas consideram que o crescimento será bom (11,3%), ótimo (1,5%) ou excelente (0,7%).
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