O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) de Pernambuco, que mede a percepção que os empresários do comércio têm sobre o nível atual e futuro de propensão a investir em curto e médio prazo, mostrou variação mensal positiva de 2,6% no mês de maio de 2018. O indicador permanece na zona positiva, acima dos 100 pontos, e, desde junho de 2017, existe um movimento de melhora do nível de confiança dos empresários. É importante destacar que os 111,6 pontos verificados em maio de 2018 é o maior grau de otimismo do empresariado no Estado, desde janeiro de 2015, quando a pontuação foi de 111,8. Já no comparativo anual, mês atual em relação ao mesmo mês do ano anterior, o crescimento se mostrou bem mais robusto, com crescimento de 13,6%.
É importante destacar que os números da pesquisa ainda não estão refletindo os impactos negativos, em especial no setor de comércio, da greve dos caminhoneiros, iniciada dia 21 de maio de 2018. O movimento se refletiu em prejuízos milionários para toda a economia, já que criou, a partir do terceiro dia de paralisação, uma crise de abastecimento no setor de alimentação e combustível, além de reduzir as vendas dos demais segmentos por falta de demanda, com uma população voltada ao consumo de itens mais essenciais. Desta forma, espera-se que o indicador no mês de junho incorpore o cenário crítico criado pela falta de oferta, com alta probabilidade de trazer uma variação negativa. As percepções são bem distintas em relação ao cenário atual e as perspectivas de médio e longo prazo, com as famílias ainda mostrando comportamento conservador, muito impactada pelo alto desemprego, e os empresários estão bem mais otimistas, refletindo um aumento das vendas e incentivos governamentais voltados com maior força para o mercado, como a PEC dos gastos públicos, reforma trabalhista e redução contínua da taxa básica de juros.
Um ponto importante a ser destacado é em relação às projeções de vendas para a Copa do Mundo de 2018, que, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), existia uma expectativa para o varejo em Pernambuco de 27,6 milhões de reais, com os segmentos de artigos de uso pessoal, eletrodomésticos, vestuário e calçados liderando as possíveis vendas. Com a falta de produtos nas lojas e uma queda na demanda das famílias, é muito provável que o número seja reajustado para baixo. Apesar disto, os empresários do comércio no Estado ainda estão percebendo um movimento contínuo de melhora na economia, com indicadores importantes mostrando recuperação e contribuindo para que o País volte a crescer nos anos seguintes em níveis pré-crise econômica. O PIB brasileiro, divulgado pelo IBGE, cresceu 0,4% no primeiro trimestre de 2018 e afastou a possibilidade de queda que o mercado e o Banco Central haviam levantado, já que o IBC-br, usado como indicador que antecipa o resultado do produto, havia sido negativo em -0,13%.
Os resultados positivos do ICEC-PE, em maio de 2018, vêm sendo puxados pela melhora na avaliação dos empresários em relação à condição atual da economia, do setor de comércio, da empresa, da economia brasileira, da expectativa de contratação de funcionários e do nível de investimento da empresa. De fato, o cenário em 2018 é bem mais positivo que no mesmo período dos três anos anteriores, com o volume de vendas do varejo mostrando recuperação acentuada, o que consequentemente gera uma maior confiança para os gestores do setor produtivo.
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