A inflação da Região Metropolitana do Recife (RMR), medida através do IPCA pelo IBGE, mostrou variação positiva de 0,33%, em abril de 2018, resultado bem acima do verificado no mês anterior quando o índice recuou -0,31%. Vale destacar que, apesar da aceleração, este é o menor resultado dos últimos anos para os meses de abril, o que continua apontando para um cenário inflacionário controlado e com tendência de estabilidade nos próximos meses. O resultado também foi superior ao brasileiro, que mostrou alta de 0,22%, quebrando uma sequência de oito meses consecutivos com a RMR mostrando pressão nos preços inferior ao nacional.
A inflação do indicador mês pode estar começando a responder à política monetária expansionista do Banco Central, que vem de maneira contínua, nos últimos anos, reduzindo a taxa básica de juros, visando assim um menor custo de financiamentos, aumento na oferta do crédito, assim como a elevação do consumo. Em 2017, o Banco Central não conseguiu cumprir o que foi estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), ficando abaixo do piso de 3,0%, obrigando a entidade a elaborar um documento que explicasse o motivo do descumprimento e quais as medidas tomadas para que o ano de 2018 não venha mostrar a mesma situação. É importante lembrar que o desemprego ainda muito alto no Estado é uma das razões, até o momento, para que o nível de preços não apresente pressão significativa, isto porque Pernambuco possui, atualmente, uma das maiores taxas de desemprego no país, com uma população de desempregados ultrapassando 700 mil pessoas.
Os grupos que mais contribuíram para a alta da inflação no Estado foi “Transportes”, que já vem apresentando uma elevação do nível de preços nos meses anteriores, saindo de uma alta de 0,64% para 0,88%, impactado pelos reajustes nas passagens dos ônibus interestaduais, nas aéreas e nos combustíveis, com destaque para a gasolina. Seguido de “Alimentação e Bebidas”, com variação positiva de 0,36%, ante queda de -0,53% no mês anterior, influenciado principalmente pelos itens da alimentação dentro do domicílio, como alguns legumes de consumo diário da população, muito provavelmente por conta de pouca oferta devido à cultura temporária. Por fim, a terceira maior influência para a formação da taxa global ficou com “Saúde e cuidado pessoais”, que mostrou crescimento de 0,88%, puxado pelos reajustes dos medicamentos, planos de saúdes e exames. Estes três grupos somados contribuem com 0,31 p.p e representam em torno de 94% de toda a inflação da RMR, em abril de 2018. Os demais grupos não mostraram variação de preço significativa para influenciar a taxa global do mês.
A aceleração inflacionária do mês de abril de 2018 também não foi suficiente para alterar o comportamento do IPCA no acumulado em 12 meses, com o resultado da RMR ainda mostrando tendência de desaceleração. Verifica-se uma redução do indicador, que saiu de um acúmulo de 2,2% para 2,0%, isto porque o resultado de abril de 2017 foi superior ao atual. Em 12 meses, ainda existem grupos com acúmulo de variação negativa, como “Alimentação e bebidas”, “Artigos de residência” e “Comunicação”, o que acaba criando uma resistência mais clara na elevação do IPCA. O grupo de maior pressão neste tipo de indicador é “habitação”, impactado pela alta do gás, da energia elétrica e do cimento. No ano, de janeiro a abril, a inflação registra alta de 0,32%, influenciada pelas altas em “Educação” e em “Saúde e cuidados pessoais”, devido principalmente à proximidade dos meses que tradicionalmente apresentam reajustes de itens de ambos os grupos.
Os cinco produtos com as maiores variações negativas, em janeiro de 2018, para a RMR foram o tomate (-11,84%), peixe-corvina (-5,68%), inhame (-4,73%), café da manhã (-4,51%) e o peixe-cavalinha (-4,45%). Na outra ponta, os produtos que tiveram o preço apresentando variação positiva foram a laranja-pera (16,41%), coentro (12,9%), cebola (11,96%), maçã (11,63%) e a banana prata (11,52%).
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980 e se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande e de Brasília.
Referências: GERÊNCIA DE INVESTIMENTOS/BANCO CENTRAL DO BRASIL. Focus – Relatório de Mercado
Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) – IBGE
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