Segundo o IBGE, através da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), o volume de serviços pernambucano mostrou variação negativa de -1,6%, em fevereiro de 2018, no indicador mês, mês atual em relação ao mês anterior. Este é o segundo resultado negativo para o volume do segmento, refletindo uma situação ainda muito crítica, com uma demanda muito desaquecida, desincentivando investimentos do setor, o que compromete a geração de emprego e renda para a economia do Estado.
Os serviços ainda não ensaiaram um movimento de início de recuperação robusto como o setor de comércio vem apresentando, nos últimos meses. Ao verificar o histórico de taxas dos três anos mais recentes, é possível ver que existe uma alternância entre modestos resultados positivos e negativos, porém é importante mencionar que as taxas negativas, na maioria das vezes, mostram situação menos deteriorada que as do momento de maior crise, como nos meses de 2016. O cenário menos adverso é confirmado quando se compara o indicador com o desempenho registrado em fevereiro de 2017, pois existe uma melhora, já que a queda havia sido mais intensa (-2,9%).
Vale destacar que, assim como o varejo, os serviços no Estado também foram impactados negativamente pela comemoração do Carnaval, com o mês de fevereiro já contando um número menor de dias que os demais meses e ainda impondo ao mercado um período de quase uma semana sem atividades normais. O setor de serviços depende da recuperação da confiança das famílias e dos setores produtivos, como comércio e indústria. Sendo assim, ainda vai levar um tempo para que a recuperação no volume seja mais evidente, pois a confiança das famílias e do empresariado, apesar de mostrar recuperação em relação aos dois anos anteriores, ainda não foi capaz de gerar incentivos para um aumento significativo dos investimentos, pois, mesmo o varejo, que vem com recuperação mais veloz, ainda não voltou a níveis de vendas do pré-crise.
O indicador mensal, mês atual em relação ao mesmo mês do ano anterior, mostrou queda de -4,6%, em fevereiro de 2018. O resultado é menos deteriorado que em janeiro de 2018 e fevereiro de 2017, quando o desempenho do setor recuou -4,6% e -9,4%, respectivamente, mas ainda é muito preocupante, pois se encontra negativo mesmo partindo de uma base já bastante negativa dos resultados referentes aos meses de fevereiro de 2015, confirmando uma desaceleração ainda muito forte para o segmento. Quando se analisa os tipos de serviços, verifica-se um comportamento bem distinto para aqueles que são classificados como prestados às famílias, pois é o único dentro do Estado que se encontra com variação positiva, com alta mensal de 1,7% em fevereiro.
Isto porque o setor engloba os serviços de alimentação e alojamento, onde o Carnaval consegue aquecer a demanda destes segmentos, contribuindo assim para uma alta. O resultado aponta também que, referente ao ano anterior, o volume de aquisição de serviços das famílias, neste ano, mostrou um desempenho superior. É importante lembrar que os indicadores que impactam nas escolhas das famílias em relação ao consumo presente e futuro, como inflação, principalmente a de alimentos devido a grandes ofertas relacionadas às supersafras, rendimento médio, desemprego, crédito e endividamento, vem mostrando melhora contínua, situando-se em níveis melhores que o período da crise econômica nacional, contribuindo assim para uma alavancagem dos resultados deste tipo de serviço em especial.
Na outra ponta, os demais serviços se encontram em situação crítica, com os “serviços profissionais, administrativos e complementares” sendo o principal responsável pelos consecutivos recuos do resultado geral devido a um maior peso para composição da taxa, caindo em fevereiro -3,1%. Por possuir um trabalho mais técnico e mais caro, o segmento é um dos que mais sofre no momento de desaceleração. O setor industrial, principal demandante deste segmento, por ainda apresentar baixa produção, ainda não voltou a demandar de maneira mais forte profissionais mais especializados, contribuindo ainda mais para o cenário crítico deste tipo de serviço. Em seguida, ficam os “serviços de informação e comunicação”, “transportes” e “outros serviços”, com taxas de mesmo sinal negativo.
Os indicadores que medem o desempenho do acumulado no ano e em 12 meses também se encontram na zona negativa, mas mostram um fraco movimento de recuperação, que, nos três últimos meses, tem oscilado. No ano, janeiro e fevereiro, o acumulado do volume de serviços atingiu o recuo de -5,1%, mostrando melhora ante a janeiro (-5,6%). Já o acumulado em 12 meses saiu de -5,8% para -5,4% e se encontra abaixo da média nacional. O mercado ainda espera que o setor tenha um resultado próximo a zero em 2018, adiando a expectativa de crescimento para 2019.
Referência: Pesquisa Mensal de Serviços (PMS). Fevereiro/2018.
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