Os números são um alerta: estima-se que 8 a 10% das crianças brasileiras são portadoras de altas habilidades. No entanto, apenas 1% desse público recebe o diagnóstico correto – os outros 99% caem no esquecimento e não se desenvolvem da forma adequada. Durante sua participação no XV Congresso Internacional de Tecnologia na Educação, a especialista uruguaia Susana Graciela Pérez chamou a atenção da plateia – formada em sua maioria por professores e profissionais de educação – para falar sobre o tema “Entendendo e trabalhando com a superdotação/altas habilidades”.
“O Brasil tem uma lei que exige identificação e tratamento especial para superdotados desde 1996, mas a educação ainda está atrasada em relação a este assunto. As pessoas ainda veem alunos superdotados como precoces, prodígios e gênios. Mas, na verdade, eles precisam ser tratados como especiais. Precisamos criar políticas públicas para acabar com esses mitos, pois um aluno superdotado, geralmente, só possui alto conhecimento em uma área. Então, é provável que ele sinta dificuldade de aprendizagem em outros temas”, ressaltou.
A palestrante ainda disse que conhece casos de pessoas adultas superdotadas que, por não terem recebido o tratamento adequado no passado, hoje estão frustradas na sua área de atuação. “Elas possuem altas habilidades, mas precisam de um norte para ter um rumo na vida e evoluir de forma correta. Cabe a nós, educadores, assumir esse papel. Temos que capacitar nossos professores para lidar com esses casos da melhor forma”, sugeriu.
Susana Pérez é bacharel em Artes Plásticas e especialista em Educação Especial – Área de Altas Habilidades. Também é a atual presidente do Conselho Brasileiro de Superdotação/Altas Habilidades.
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