No melhor estilo show-man, com uma palestra permeada por ações interativas e performáticas, o educador gaúcho Max Haetinger – nome dos mais aguardados no XV Congresso Internacional de Tecnologia na Educação – levou, hoje (21), ao Teatro Guararapes, a discussão sobre o ato de encantar o aluno como um gesto indispensável para transformar vidas. O palestrante logo tratou de desmistificar a aparente utopia, apontando os caminhos para essa que é, nas palavras dele, o verdadeiro sentido de educar.
Em um mundo no qual o alunado tem fácil acesso ao conhecimento, o desafio do professor em sala de aula aumentou exponencialmente ao longo das últimas duas décadas. “Fazer com que os alunos dessa geração aprendam com a gente é uma atividade muito mais complexa. E dentro dessa rede de complexidades, o professor é bom em umas coisas, mas precisa aprender outras”, destacou. A estratégia, portanto, passa pela humildade dos docentes em aprender com os seus pares as ferramentas de ensino que não dominam, repassar as suas, criando uma rede de conhecimento compartilhado. “Se não houver esse movimento, ninguém conseguirá cumprir o seu papel”.
Especialista em criatividade e tecnologias aplicadas à educação, Haetinger acredita que o caminho para tocar o aluno e cumprir o processo de aprendizagem é indissociável do respeito à curiosidade e diversidade cultural do aluno. “Temos a maior diversidade cultural que já vimos, porque os alunos fazem questão de demonstrar suas identidades. Quando dou atenção à cultura jovem, eu motivo, estimulo. É preciso chegar na cultura deles, procurando zonas de intersecções para falar sobre o que quero”. Para o gaúcho, encantar na sala de aula é mapear o repertório cultural da classe para encontrar o que é preciso ensinar. “Mas, como professores, olhamos mais para nós e menos para os outros, o que nos faz cometer injustiças. Inovem e proponham novas rotinas”, recomendou.
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