“Que sentido faz continuar a ter escolas onde se tenta continuar a ensinar tudo a todos como se todos fossem um só?”, questionou o português Rui Trindade, posicionando a questão como ponto de partida e objeto central de sua palestra “O protagonismo dos alunos como problemática pedagógica a discutir” – uma das que abriram o segundo dia de programação do XV Congresso Internacional de Tecnologia na Educação. Para o educador, no sistema educacional contemporâneo, é urgente passar a pensar o aluno como indivíduo e não como massa.
A aplicação desse entendimento é simples e passa pela valorização das diferenças já reconhecidas fora da sala de aula, trazendo-a também para dentro dela. “Reconhecer e, sobretudo, gerir as diferenças como condição pedagógica é o que tornará uma escola mais capaz e justa. E a senha para isso é identificar particularidades no aprendizado sob o conceito definitivo de que somos diferentes”, indicou. Segundo ele, que é um dos membros do Movimento da Escola Moderna Portuguesa, o olhar do aluno sobre os conteúdos de aprendizagem é bastante pessoal, o que o leva a formular novos entendimentos e fórmulas que fogem do que foi pré-estabelecido.
“As pessoas vêem diferentes, têm percepções diferentes, e isso deve ser respeitado. Perante o mesmo objeto, é possível ver inúmeras coisas e métodos de resolução”, resumiu, trazendo à tona um dos versos mais famosos do rock, da banda britânica Pink Floyd, “Hey! Teacher! Leave them kids alone” (Ei! Professor! Deixe as crianças em paz!), criticando o formato massivo de aprendizado. “O educador precisa descobrir o que os alunos querem aprender e as condições necessárias e viáveis para essa aprendizagem, com suas individualidades e formas diferentes de compreensão”.
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