A Região Metropolitana do Recife (RMR) mostrou a sexta maior inflação mensal, ficando também acima do resultado nacional. O IPCA na região mais desenvolvida de Pernambuco mostrou alta de 0,29%, valor superior ao mês anterior, mas inferior ao mesmo mês do ano anterior, quando as taxas foram de -0,09% e 0,79%, respectivamente. O grupo de maior impacto para a composição global da taxa foi, assim como a dinâmica nacional, o de “Habitação”, que mostrou alta de 1,44%, ante queda de -0,09% do mês anterior. É importante frisar que o grupo contribuiu com 0,21 p.p. e também foi impactado pelo reajuste da tarifa de energia elétrica.
Outras duas classes, como a de “Saúde e cuidados pessoais”, “Comunicação” e “Despesas pessoais”, mostraram variação positiva, mas com menor força, com taxas de 0,48%, 0,18% e 0,69%, respectivamente. Vale destacar que estas duas últimas variações não conseguem impactar o valor final da taxa devido ao baixo peso dado aos grupos na composição. Na outra ponta e contribuindo para que o resultado não viesse tão pressionado, ficam os demais grupos, com destaque para “Artigos de residência”, que recuou -0,39%, influenciado pela queda nos preços dos móveis (-0,38%) e eletrônicos (-0,59%), e “Transportes”, que mesmo com reajuste nos combustíveis anunciado pelo governo, mostrou redução de -0,11%. Já “Alimentação e Bebidas” e “Educação” recuaram de forma menos intensa, variando negativamente -0,04% e -0,06%.
No acumulado do ano, o IPCA da RMR em julho de 2017 registra alta de 2,55%, o valor mostra aceleração em relação ao mês anterior, que havia acumulado alta de 2,26%, porém é quase metade do acumulado em julho de 2016 (5,37%), confirmando uma melhora anual dos índices inflacionários. O resultado é o mais baixo para os meses de julho desde 2010, quando a alta atingiu 2,50%. As maiores pressões neste ano vêm de “Habitação” e “Educação”, que acumulam alta de 5,93% e 6,99%, devido aos reajustes de energia elétrica e dos valores de escolas, faculdade e dos cursos. O acumulado ao ano na Região Metropolitana do Recife se encontra acima da média nacional, com acúmulo de 4,24%, esta é a quinta queda consecutiva do indicador e o melhor resultado dos últimos anos.
Os cinco produtos com maior variação positiva em maio de 2017 para a RMR foram a cebola (23,3%), repolho (7,3%), carne em conserva (6,9%), conserto de máquina de lavar roupas (6,9%) e o ônibus interestadual (6,6%). Na outra ponta os produtos que tiveram o preço apresentando variação negativa foram a batata-inglesa (-20,5%), laranja-pera (-12,1%), camarão (-10,6%), feijão-carioca (-10,4%) e a maionese (-7,5%).
É importante frisar que a inflação na RMR segue a mesma tendência nacional, porém em menor velocidade. Os preços de itens importantes na cesta do consumidor vem apresentando desaceleração e recuos, o que vai contribuindo para a devolução do poder de compras, perdido nos últimos dois anos. A demanda ainda retraída devido ao desemprego também causa impactos consideráveis para que a inflação caia.
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980 e se refere às famílias com rendimento monetário de um a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande e de Brasília. Para cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 29 de junho a 31 de julho de 2017 (referência) com os preços vigentes no período de 1º a 28 de junho de 2017 (base).
Referências: GERÊNCIA DE INVESTIMENTOS/BANCO CENTRAL DO BRASIL. Focus – Relatório de Mercado
Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) – IBGE
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