Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), o volume de serviços brasileiro em fevereiro de 2017 apresentou alta de 0,7%, no indicador mês, mês atual em relação ao mês anterior, sendo esta a quarta alta consecutiva. Vale destacar que assim como a Pesquisa Mensal do Comércio, a pesquisa de Serviços também sofreu ajustes nos pesos de cada tipo de serviço, fazendo com que o resultado anterior sofresse ajuste. As quatro variações positivas seguidas, apesar de modestas, mostram que o setor já não apresenta tendência de piora no indicador mês, mostrando certa estabilidade e uma recuperação nos últimos quatro meses. A queda da inflação acumulada em 12 meses praticamente caindo pela metade, dando mais poder de compra às famílias, aliada a um forte movimento de redução na taxa básica de juros, reduzindo o custo do investimento, podem acelerar a recuperação do setor, por outro lado, ainda é preocupante o nível de desemprego e o de endividamento familiar, que no caso de piora pode reduzir a velocidade da retomada.
No indicador mensal, o mês atual em relação ao mesmo mês do ano anterior, o desempenho volta a ficar negativo, com queda de -5,1%, revelando ainda desconfiança de famílias e empresários, que ainda apresentam uma demanda mais desaquecida que em 2016. Esta também é a vigésima terceira taxa consecutiva para o comparativo mensal, e a pior dos últimos seis anos para o mês de fevereiro. Vale destacar que as quatro variações positivas no indicador mês, mostram agentes com início retorno de confiança, porém a níveis ainda inferiores aos mesmos períodos de 2016, que no caso mostra indicador mensal com sinal negativo.
No ano, janeiro e fevereiro, o volume de serviços acumula queda de -4,3%, mais um cenário com variação negativa em cima de um ano já bastante complicado para o setor. Este é o segundo pior resultado para o primeiro bimestre de toda a série histórica, ficando atrás apenas de 2016, que recuou -4,4%. No acumulado em 12 meses, o desempenho voltou a mostrar deterioração, saindo de -4,9% em janeiro de 2017 para -5,0% em fevereiro de 2017, no mesmo período do ano anterior o volume também estava com melhor cenário recuando -3,7%. A média móvel trimestral, que é um indicador que antecipa a tendência em relação ao volume dos serviços, ainda apresenta tendência de desaceleração, com taxa de -4,8%.
Quando se analisa o resultado por tipo de serviço, verifica-se que no comparativo mensal as maiores desacelerações ficaram com “Serviços profissionais, administrativos e complementares” e “Atividades turísticas” que recuaram -10,2% e -8,8%, respectivamente. O primeiro impactado por uma redução na demanda do setor industrial e de comércio, que devido a uma menor produção e vendas são obrigados a reduzir, renegociar e cancelar contratos. Já o turismo pode ter sido impactado por uma população menos dispostas a comemorar o carnaval com viagens, impactando os níveis de hospedagens e consumo. Os demais tipos também mostram variações negativas, com exceção de “ Serviços de informação e comunicação” que mostrou variação nula, e contribuíram para a redução da taxa geral.
Pela ótica da receita o cenário conseguiu apresentar melhora nos últimos dois meses divulgados, com a receita nominal crescendo 2,0% e 0,5% em janeiro e fevereiro de 2017, após uma queda de -1,5% em dezembro de 2016. Aliado a este cenário de variação modesta da receita nominal de serviços, tem-se uma inflação de serviços mostrando uma desaceleração lenta, saindo de 6,2% em janeiro para 5,9% em fevereiro, o que reduz a velocidade com que o setor possa voltar a mostrar resultados reais positivos.
A receita real do setor, receita nominal descontada a inflação de serviços, se encontra com sinal negativo desde fevereiro de 2014, quando havia variado positivamente em 1,9%, desde então os valores ficaram negativos impactados por uma pressão inflacionária forte com taxas atingindo acumulo de 8% e 9%. A situação ficou ainda mais crítica quando a receita nominal mostrou desaceleração, aprofundando o setor em um cenário de pouco desempenho somado a uma inflação alta, o que obrigou o empresariado a fazer ajustes para se adequar a nova realidade de vendas, chegando a reduzir equipe e pressionando a taxa de desemprego brasileira.
O setor de serviços Pernambucano voltou a ficar negativo no indicador mês, recuando -5,2% e quebrando um início de ano positivo. Este foi o pior desempenho para o mês de fevereiro desde quando se criou a série histórica em 2012. No comparativo mensal, o volume continua com sinal negativo, recuando -9,4%, mostrando piora em relação ao mês anterior e ao mesmo mês do ano anterior, quando as taxas foram de -0,1% e -7,0%, respectivamente. No acumulado do ano o recuo é de -4,8%, que apesar de negativo mostra uma melhora significativa quando comparado ao resultado de fevereiro de 2016 (-9,3%). Para o acumulado em 12 meses o volume mostrou deterioração após dois meses de melhora, saindo de -7,8% em janeiro de 2017 para -8,0% em fevereiro de 2017. A média móvel trimestral pernambucana também mostrou piora, com taxa de -5,2%, o que aponta uma recuperação mais lenta no curto/médio prazo.
Analisando o resultado de Pernambuco por tipo de segmento no resultado mensal, verifica-se que em fevereiro de 2017 o desempenho mais negativo ficou com “Serviços profissionais, administrativos e complementares” que recuou -19,4%, impactado por uma indústria pernambucana e brasileira ainda muito ociosa, o que acaba reduzindo a demanda pelos serviços técnico-profissionais. Os Transportes, os outros serviços e os serviços de informação e comunicação também ficaram com variação negativa, também influenciado por uma demanda desaquecida dos demais setores. As atividades turísticas no estado também mostraram destaque negativo, caindo -3,1%, o que mostra que o desemprego elevado, crédito restrito e o aumento da violência em Pernambuco conseguiram impactar o setor. Na outra ponta, apenas os “Serviços prestados às famílias” mostraram crescimento de 5,0%, impactado por uma inflação que acumula metade da taxa verificada no ano anterior, o que vêm dando maior poder de compras a população, permitindo que serviços cortados por restrição orçamentária voltasse a ser adquirido.
Pesquisa Mensal dos Serviços (PMS). Fevereiro/2017.
Fonte: Instituto Fecomércio-PE
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