A inflação brasileira, medida através do IPCA, apresentou variação positiva de 0,38%, valor superior ao mês anterior e inferior ao mesmo mês do ano anterior, quando as taxas ficaram em 0,30% e 1,27%, respectivamente. Vale destacar que a inflação brasileira vem passando por um acelerado processo de desaceleração iniciado no segundo semestre de 2016, sendo este resultado do mês de janeiro o mais baixo desde a criação do Plano Real em 1994. Este movimento é influenciado principalmente por uma demanda muito desaquecida, impactada por um desemprego que vem afetando mais de 12 milhões de pessoas e um crédito ainda bastante restrito. A diferença entre os resultados de janeiro de 2016 e 2017 fez com que o acumulado em 12 meses caísse de maneira significativa, o indicador recuou de 6,29% em dezembro de 2016 para 5,35% em janeiro de 2017, se aproximando do centro da meta de 4,5%. Vale destacar que no anterior a taxa se encontrava com acúmulo de 10,71%, quase o dobro do verificado atualmente, mostrando mais uma vez a tendência de queda do índice.
Quando se analisa o resultado por tipo de grupo, verifica-se que as maiores pressões nos preços foram registradas em “Transportes”, que mesmo apresentando resultado inferior que em dezembro (1,11%), cresceu 0,77%, impactado principalmente pelos reajustes nas tarifas dos ônibus municipais e nos combustíveis. As demais altas significativas ficaram com os grupos de “Alimentação e bebidas”, “Saúde e cuidados pessoais” e “Despesas pessoais”, que avançaram 0,35%, 0,55% e 0,45%, respectivamente. Na outra ponta, as áreas de “Comunicação” e “Educação” não mostraram variação significativa a ponto de influenciar a formação geral da taxa, enquanto que “Artigos de Residência” e “Vestuário” apresentaram variação negativa.
O resultado de janeiro ficou abaixo do que projetava o mercado, a expectativa, captada pelo Boletim Focus divulgado pelo Banco Central, era de uma inflação no primeiro mês do ano em 0,47%, ficando assim com uma diferença de 0,9% entre o real e o projetado. Os meses anteriores também seguiram esta linha, o que vem fazendo com que o mercado reajuste as expectativas de inflação para baixo, o que gera uma expectativa cada vez maior que a inflação alcance o centro da meta de 4,5% ainda em 2017. Para o mês de fevereiro o mercado aguarda um avanço positivo de 0,57%, valor que tem chance alta de ser reajustado para baixo na próxima divulgação do boletim. O mercado ainda trabalha com uma taxa de câmbio em torno de R$ 3,30, o que não mostra variação brusca do que vinha ocorrendo no último semestre do ano passado, não causando pressão nos preços de itens que sofrem influência do câmbio e consequentemente não pressionando o IPCA. A expectativa é de que 2017 e 2018 encerrem com inflação de 4,64% e 4,50%, respectivamente.
A Região Metropolitana do Recife (RMR), apresentou a quinta menor taxa entre as regiões que compõem a pesquisa e resultado inferior ao nacional, avançando 0,32% em janeiro de 2017. O índice mensal ficou abaixo do mês anterior e do mesmo mês do ano anterior, quando as taxas foram de 0,43% e 1,32%, respectivamente. O que mostra, assim como a nacional, uma desaceleração inflacionária rápida, iniciada na metade de 2016 e com continuidade já no início de 2017. Vale destacar que este é o menor valor para o mês de janeiro desde 2010, quando o indicador encerrou com variação de 0,20%. No acumulado em 12 meses, o IPCA atingiu alta de 6,04%, ante 7,10% em dezembro e 10,96% em janeiro de 2016.
Fonte: Instituto Fecomércio-PE
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