O Instituto Fecomércio e o Senac, em parceria com o Sebrae, realizaram ontem (13/05) à noite, o II Ciclo Empresarial do Polo Econômico de Vitória de Santo Antão, na Casa de Recepção Cristal. O evento – que contou com o apoio da Prefeitura de Vitória de Santo Antão, Associação Comercial e da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) do município – teve como tema “As Perspectivas e Oportunidades para a Zona da Mata de Pernambuco” e abordou as consequências da instalação de grandes empreendimentos no município e na região, além de apresentar as ações realizadas por empresas que já atuam no cenário local.
Durante a abertura do encontro, o diretor-executivo do Instituto Fecomércio-PE, Oswaldo Ramos, destacou a importância de um novo posicionamento dos empresários da cidade. “O nosso objetivo é fazer com que os empresários estejam inseridos no processo de desenvolvimento da região. Para isso, é preciso se adequar às mudanças do perfil dos consumidores”, afirmou.
A palestra temática O impacto da instalação dos grandes empreendimentos para a região de Vitória de Santo Antão e seu entorno, ministrada pelo consultor da TGI, Francisco Cunha, levantou o debate sobre os cenários econômicos regionais e mundial. “Para se desenvolver, um País precisa investir pesado, entre outras coisas, em educação, infraestrutura e em capital humano. Vitória vive um momento importante na sua economia, mas assim como o Brasil, precisa também avançar nesse sentido”, disse.
Para o consultor, Pernambuco e o Brasil tendem a crescer de forma satisfatória, mas ainda precisam se aperfeiçoar em serviços e melhorias na vida dos cidadãos. “Um país só pode ser desenvolvido com educação e infraestutura. Outro ponto relevante é a capacitação. É preciso formar mão de obra qualificada para acompanhar esse desenvolvimento”, destacou.
Indústrias alavancam crescimento em Vitória de Santo Antão
Pelo menos nos últimos quatro anos, a cidade de Vitória de Santo Antão recebe em média três novas indústrias. Já antes desse momento áureo da economia da região, foi instalada, em 1948, a fábrica da Pitu na cidade. A marca se consolidou e virou sinônimo de aguardente. Sendo hoje, líder no Nordeste e segundo lugar no mercado nacional no seu segmento.
Durante o evento, o diretor comercial da Pitu, Alexandre Ferrer, afirmou que a empresa prioriza a mão de obra local e possui orgulho em ser a pioneira na cidade. “Quando o desenvolvimento chegou a Pernambuco, Vitória já estava à frente. Temos orgulho de ser 100% vitoriense e ter acompanhado o crescimento da cidade”, disse.
A empresa, que emprega direta e indiretamente 580 profissionais, busca pautar o seu processo de produção na sustentabilidade. “Tratamos a água do rio Tapacurá utilizada na fabricação dos produtos ao ponto de quando ela é devolvida para o rio, volta com a qualidade ainda melhor. Além disso, temos o tratamento de efluentes e a queima de gás natural, que é menos poluente”, explicou.
Já o diretor do Grupo Roca,Luciano Bertolazzi, destacou a importância da região para a economia brasileira, dizendo que a escolha da instalação da nona unidade fabril da empresa em Vitória, deve-se ao cenário propenso ao crescimento. “Viemos para Vitória porque fizemos estudos que apontaram que aqui seria o melhor local para nossa fábrica”, disse.
O Grupo Roca, fabricante espanhol de louças, duchas, cubas e torneiras sanitárias, inaugurou em abril deste ano, a primeira fábrica no Brasil voltada especificamente para a produção de torneiras, duchas, cubas e misturadores. Com investimentos na ordem de R$ 40 milhões, a indústria espera produzir até 1 milhão de peças por ano. E tem a expectativa de gerar 230 empregos diretos na região. Hoje, 50 profissionais já trabalham na unidade.
De acordo com Bertolazzi, todos os trabalhadores passaram por treinamentos específicos para atuarem na indústria. “Nenhum deles possuíam treinamento para os nossos procedimentos. Então, passamos por uma fase de escola, onde todos foram treinados até com técnicos estrangeiros. Atualmente, já possuo dentro do meu quadro multiplicadores de conhecimento capacitados para os próximos empregados que virão”, disse.
Segundo a diretora de Recursos Humanos da Mondel?z, Elisa Carvalho, grandes indústrias chegando em Vitória, cresce também a demanda de capacitação. “O desafio não só pra a Vitória, mas para o País é capacitar. O Senac vem cumprindo seu papel na cidade, mas todos os empresários precisam entender este novo momento para atender as demandas”, salientou.
Para Elisa, as empresas precisam pensar também no desenvolvimento do seu entorno abraçando causas sociais e melhorando também a qualidade de vida dos moradores da região. “Desenvolvemos ações que incentivam a adoção de hábitos saudáveis e buscamos pensar em todos . Não podemos manter uma empresa com 1,2 mil sem pensar no social”, afirmou. Mondel?z é a terceira empresa de alimentos do Brasil, possui em Vitória cerca de 1.200 funcionários diretos.
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