A inflação brasileira, medida através do IPCA, teve o maior índice dos últimos 13 anos para o mês de novembro, com taxa de 1,01% a inflação foi praticamente o dobro em relação ao novembro de 2014 (0,51%) e maior que outubro de 2015 (0,82%). O resultado ficou 0,11% acima da projeção feita pelo mercado, medida através do Relatório Focus do Banco Central, que até a última semana esperava uma taxa de 0,90% para o mês, as expectativas vêm se deteriorando a cada semana, com uma inflação cada vez mais pressionada e contaminando as projeções de 2016, o mercado vai ajustar os números a partir do resultado deste mês e trará na próxima semana expectativas para o mês de dezembro acima de 0,85%. O indicador já ultrapassa o teto da meta de 6,5% no acumulado do ano, que está em 9,62%, maior valor desde 2002, quando acumulou 10,25%, já em 12 meses a inflação fica ainda mais pressionada, com acúmulo de 10,48%, maior valor desde 2003 (11,02%).
A tendência de alta inflacionária é clara quando se parte para análise gráfica, que conforme gráfico abaixo, apresenta uma linha de tendência positiva com aceleração acentuada. Em apenas 12 meses, entre novembro 2014 e novembro de 2015 existe uma diferença considerável de 4,1%.
Analisando a composição do índice por grupo, verifica-se que para o Brasil, o principal responsável do fenômeno inflacionário continua sendo o grupo de “Alimentação e Bebidas” que acelerou de 0,77% para 1,83%, apresentando a maior contribuição para a média geral, com 0,46 p.p. devido principalmente ao subgrupo “alimentação no domicílio” que teve crescimento grande no custo de itens essenciais como arroz, feijão, tomate e cebola. Em segundo lugar, o grupo “Transportes” variou 1,08%, inferior ao mês anterior que estava em 1,72%, mas ainda pressionado com os reajustes nos preços dos combustíveis (4,16%), por fim o grupo “Habitação” que repetiu praticamente o valor do mês anterior, crescendo 0,76%, com altas nos valores dos reparos e da energia elétrica residencial. Esses três grupos carregam os maiores pesos da composição geral da taxa e juntos foram responsáveis por 77% pelo resultado final. Os demais grupos (Artigos de Residência, Vestuário, Saúde e Cuidados Pessoais, Despesas Pessoais, Educação e Comunicação) somam 0.23 p.p. apenas, ficando acima da soma em outubro (0,20).
A Região Metropolitana do Recife (RMR), apresentou aceleração mensal menor que a média nacional, o IPCA de novembro de 2015 atingiu 0,72%, resultado inferior ao verificado em outubro de 2015 e superior ao de novembro de 2014 que apresentaram índices de 0,82% e 0,46% respectivamente. No ano a inflação da RMR acumula alta de 9,19%, valor maior que o verificado no mesmo período de 2014 (6,0%), já em 12 meses o IPCA acumula 9,5%. Na análise por grupos o indicador da Região Metropolitana do Recife não segue a mesma linha do Brasil, pois os principais grupos responsáveis por aproximadamente 63% da composição geral da taxa foram “Alimentação e Bebidas”, que cresceu 1,13%, devido ao encarecimento de itens utilizados na alimentação dentro do domicílio como arroz, feijão, tubérculos, raízes e legumes, e o grupo “Despesas Pessoais” que acelerou 1,37% com alta dos preços de serviços básicos como recreação, manicure, costureira e cabeleireiro. Os demais grupos (Artigos de Residência, Vestuário, Saúde, Habitação, Transportes, Saúde e Cuidados Pessoais, Educação e Comunicação) somam 0.27 p.p. apenas 37% da composição geral.
TABELA RMR IPCA
Na RMR os 5 itens com maior alta são tomate (33,38%), açúcar cristal (10,39%), Salsicha em conserva (8,28%), alho (7,58%) e carne de porco (6,85%), na outra ponta os cinco de maior queda são cebola (-7,85%), este índice para o Brasil apresentou crescimento dos preços, coentro (-6,96%), peixe-pescada (-6,32%), banana-prata (-5,50%) e passagem aérea (-5,19%). Vale destacar que a inflação brasileira está concentrada nos grupos de “Alimentação e Bebidas”, “Habitação” e “Transportes”, enquanto que para a RMR existe uma maior distribuição do fenômeno atingindo além dos três citados para o Brasil, grupos diversos como “Despesas Pessoais” e “Saúde e cuidados pessoas”.
Fonte: Instituto Fecomércio-PE
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