O comércio exterior de Pernambuco entre agosto e outubro de 2025 sentiu os reflexos das mudanças no cenário global. As novas tarifas impostas pelos Estados Unidos trouxeram mais desafios para as empresas locais, que precisaram se adaptar a um mercado mais competitivo e a custos operacionais mais altos.
No período, o estado exportou o total de US$ 493,7 milhões, queda de 14% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. O resultado representa o primeiro impacto consolidado dos 100 dias de tarifaço norte-americano sobre a dinâmica comercial pernambucana.
Quando se observa apenas as exportações destinadas aos Estados Unidos, a retração é mais acentuada. Entre agosto e outubro de 2025, o volume exportado somou US$ 19,9 milhões, redução de 65% frente ao mesmo intervalo de 2024. O açúcar de cana permanece como o principal produto enviado ao mercado norte-americano, com US$ 4,2 milhões, seguido por mangas frescas (US$ 3,7 milhões) e uvas frescas (US$ 2,3 milhões).
As importações também recuaram. No trimestre, Pernambuco comprou do exterior US$ 1,77 bilhão, uma redução de 4,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. É o momento de cautela nas decisões de compra e nos investimentos em bens de capital vindos do exterior. Os empresários têm priorizado prudência antes de assumir novos compromissos e essas decisões refletem no resultado das importações.
De acordo com o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE), Bernardo Peixoto, o empresariado pernambucano tem demonstrado prudência e capacidade de adaptação diante do novo contexto internacional. “O comércio exterior exige previsibilidade, e nesse momento a estratégia passa por reduzir riscos e preservar a competitividade. A diversificação de destinos é o caminho para atenuar a dependência de mercados que impõem barreiras”, destacou.
O economista da Fecomércio-PE, Rafael Lima, comentou os resultados: “As exportações voltadas aos Estados Unidos tiveram forte retração, mas Pernambuco segue com resultados positivos em outros destinos. As exceções tarifárias foram essenciais para manter o escoamento de parte dos produtos agroalimentares, e a resposta das empresas mostra resiliência. O desafio, agora, é consolidar novos parceiros comerciais e manter o dinamismo da pauta exportadora até o fim do ano”, afirmou.








