*Por Rafael Lima, economista da Fecomércio PE (rafael.lima@fecomercio-pe.com)
80,3% das famílias pernambucanas estavam endividadas, 29,3% enfrentavam contas em atraso e 15% não podiam pagar suas dívidas. É o que revelou o recorte local feito pela Fecomércio-PE da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) de março de 2024, elaborada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Ainda segundo o recorte, o cartão de crédito representava 94,3% das dívidas, seguido por carnês (25,4%) e crédito pessoal (6,1%). O atraso médio no pagamento era de 60 dias, comprometendo 30,6% da renda.
A pesquisa também apontou as diferenças entre famílias com renda de até 10 salários-mínimos e com renda superior a 10 salários-mínimos. Enquanto 31,5% das famílias de menor renda relativa tinham dívidas em atraso, apenas 5,9% das famílias mais ricas estavam nessa situação.
“O momento mais favorável dos juros, com menor custo, tem contribuído para uma maior demanda das famílias por crédito, sobretudo, parcelado”, afirmou o presidente da CNC, José Roberto Tadros. De acordo com o Banco Central, o saldo das operações de crédito para pessoas físicas subiu 1,1% em janeiro de 2024.
Para o economista da Fecomércio-PE, Rafael Lima, os dados da Peic para Pernambuco, em março, apresentaram resultados otimistas. “O recuo de 16% na inadimplência pernambucana é uma excelente notícia e é explicado pelos saldos positivos no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados formais do estado. Ou seja, mais pessoas estão sendo alocadas no mercado de trabalho, além de reajustes de juros. Ademais, o programa do Governo Federal, “Desenrola Brasil”, que já beneficiou mais de 14 milhões de brasileiros e renegociou mais de 37 bilhões, teve uma contribuição importante para esse resultado da inadimplência em Pernambuco.”